Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".
Bolsonaro está doente; a população mais ainda
General Pazuello, um dos responsáveis pela calamidade sanitária, foi premiado com 200 mil votos
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Até hoje, com novas variantes do coronavírus circulando (embora muita gente tenha fastio e se recuse a falar ou mesmo a se lembrar da pandemia) e a triste marca de mais de 690 mil mortes, o Ministério da Saúde insiste — sem o aval de estados e municípios — em manter políticas negacionistas, como o uso do famigerado kit Covid.
Além do retrato do descaso com que o regime que está indo embora sempre tratou os brasileiros, é uma prova de crime. O relatório da CPI da Covid identificou 29 tipos penais e sugeriu o indiciamento de 80 pessoas, entre os quais o ex-ministro Eduardo Pazuello e o atual, Marcelo Queiroga. Bolsonaro foi acusado formalmente de ter cometido nove crimes; charlatanismo é apenas um deles. A PGR tem travado o acesso da PF aos dados da investigação.
Saúde e Bolsonaro formam um oxímoro. Daí a dificuldade que a equipe de transição enfrenta para conseguir informações consideradas estratégicas sobre estoque e validade de medicamentos e vacinas no país. Técnicos do Tribunal de Contas da União estimam que pode haver um prejuízo de R$ 2 bilhões em vacinas prestes a vencer.
Não é à toa que o Plano Nacional de Imunizações, antes orgulho dos brasileiros e que hoje sequer tem um esboço de vacinação para 2023, apresenta resultados decepcionantes. Somente o estado de São Paulo cumpriu a meta de imunizar 90% da população elegível a receber duas doses contra a Covid. Roraima teve a cobertura vacinal mais baixa: 57,5%.
Um terço da população, cerca de 72 milhões de pessoas, não está coberta pelo programa de atenção básica de saúde — não consegue, por exemplo, tratar-se de erisipela. Em recente entrevista, Drauzio Varella disse o óbvio, mas no Brasil dos últimos anos o óbvio precisa ser repisado: "A pandemia mostrou a importância do SUS". Pazuello, que não sabia o que era o SUS, foi premiado em sua ignorância com 200 mil votos para deputado federal.
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