Siga a folha

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Descrição de chapéu transporte público

Colapso e chantagem no transporte ferroviário

Supervia ameaça interromper serviço e governador do Rio não sabe como resolver impasse

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Uma antiga brincadeira-desafio entre cariocas metidos a sabichões consistia em citar as estações dos ramais ferroviários. Perdia quem pulasse ou esquecesse um nome.

De um lado, Praça da Bandeira, São Cristóvão, Maracanã, Mangueira, São Francisco Xavier, Rocha, Riachuelo, Sampaio, Engenho Novo, Méier, Engenho de Dentro, Piedade, Quintino, Cascadura, Madureira, Oswaldo Cruz, Bento Ribeiro... De outro, Triagem, Jacarezinho, Del Castilho, Cintra Vidal, Tomás Coelho, Cavalcante, Magno, Rocha Miranda, Honório Gurgel, Barros Filho, Costa Barros, Pavuna... De outro ainda, Manguinhos, Bonsucesso, Ramos, Olaria, Penha, Penha Circular, Brás de Pina, Cordovil, Lucas, Vigário Geral... Muitas dessas estações foram desativadas e só existem na memória de um tempo mais eficiente.

Todo o transporte ferroviário do Rio –inaugurado em 1854, com a Estrada de Ferro Dom Pedro 2º– está em colapso. Acionista majoritária da Supervia, a empresa japonesa Mitsui informou ao governo do estado não ter mais interesse em prosseguir com o negócio. Alega que as contas não fecham e só tem caixa para operar até agosto.

Controlado pelo setor privado desde 1998, o sistema —com 103 estações e cinco ramais— já mudou de dono três vezes, mantendo o histórico de práticas demofóbicas. Os trens transportam cerca de 350 mil passageiros (chegaram a levar 1,2 milhão de pessoas nos anos 1980, antes da privatização), que se queixam da superlotação e dos atrasos diários, mesmo pagando uma das tarifas mais caras do país (R$ 7,40), a qual em parte é subsidiada pelo estado.

O governador Cláudio Castro reconhece que "o serviço é péssimo", mas não sabe como resolver o impasse. Nem mesmo tem um plano para manter os trens em circulação. Em março, a CCR Barcas também anunciou que ia interromper a operação. Fez um acordo e recebeu R$ 750 milhões. A chantagem da Supervia pode acabar da mesma maneira.

Estação de trem no Rio de Janeiro atendida pela concessionária Supervia - 27.abr.23 - @agetransp no Twitter

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas