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Empresa que controla SuperVia desiste da concessão dos trens do Rio de Janeiro

Governador afirmou que fará uma nova licitação para que outra empresa assuma o serviço

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Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou nesta quinta (27) que a Gumi, empresa japonesa concessionária da Supervia, decidiu deixar a concessão dos trens urbanos no estado.

Com isso, a gestão estadual fará uma nova licitação para outra companhia assumir. "O serviço é péssimo. Só abrir os telejornais todo dia para ver. Se não querem mais, eles saem e a gente vai botar outro que faça bem feito", afirmou o governador.

A empresa japonesa Gumi (Guarana Urban Mobility Incorporated), que faz parte do conglomerado Mitsui, assumiu o controle acionário da SuperVia, em 2019. A empresa, confirmou a informação do interesse em deixar a concessão, mas não forneceu mais detalhes.

A SuperVia, por sua vez, disse que seguirá com a operação do sistema. "Vindo outra concessionária, ela poderá ou não seguir com a SuperVia, de acordo com o que estiver em contrato", disse.

Imagem colorida mostra um trem da Supervia chegando à uma das plataformas da estação de São Cristóvão, na zona norte do Rio.
Estação de trem de São Cristovão, na zona Norte do Rio. - Tércio Teixeira-10.jun.2022/Folhapress

A Secretaria Estadual de Transportes recebeu na quarta (26) um ofício no qual a companhia comunica que desistiu de operar o serviço. Entre as justificativas, estão desequilíbrio financeiro, perda de receita com a pandemia e prejuízo com o furto de cabos e o congelamento da tarifa.

Após a reunião que formalizou o fim da concessão nesta quinta, o governador informou nas redes sociais que fará um novo modelo de concessão. "Faremos uma transição transparente e tranquila, garantindo o funcionamento dos serviços até a escolha de uma nova empresa. Mas vamos partir para um novo modelo que atenda aos anseios e respeite o direito da população do estado", disse Castro. Ainda não se sabe, no entanto, quando será feita a devolução.

A SuperVia está em recuperação judicial desde 2021. A companhia foi criada pelo Consórcio Espanhol Bolsa 2000', então vencedor da licitação que recebeu do Governo do Estado do Rio de Janeiro a concessão por 25 anos, a partir de novembro de 1998.

Em 2011, a formação societária da SuperVia mudou com a compra de 60% da concessionária por um conglomerado empresarial brasileiro e 40% por um fundo de investimento estrangeiro parceiro. Com isso, o contrato de concessão da SuperVia foi prorrogado pelo estado por mais 25 anos, sendo válido até 2048.

A Gumi assumiu o controle acionário da SuperVia em 2019. O contrato atual da empresa venceria em outubro deste ano. Em 2010, um aditivo prorrogou essa concessão até 2043. Mas esse aumento do prazo estava condicionado a uma série de investimentos que o estado entende que não foram honrados.

"Fizemos aporte de cerca de R$ 400 milhões, em 2022, para compensar perdas com a queda do número de passageiros. A pandemia acabou e os serviços continuaram precários. Cobramos resultados e eles não vieram", disse Cláudio Castro.

O sistema de trens urbanos atende 12 municípios da Região Metropolitana do Rio desde 1998. A malha ferroviária tem 270 km de extensão dividida em cinco ramais, três extensões e 104 estações. Hoje, o sistema transporta cerca de 350 mil passageiros por dia. Antes da pandemia, a média diária chegava a 600 mil.

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