Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".
Flávio Dino, o vingador
Protagonismo do ministro da Justiça incomoda oposição e até aliados do governo
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Se Lula fosse Bolsonaro, o provável é que, a esta altura, Flávio Dino estaria sendo fritado ou teria perdido o cargo. Pois já se fala no ex-governador do Maranhão como candidato à Presidência em 2026. Além da exposição midiática, Dino tem no momento o protagonismo de ações, o que era proibido de ocorrer no antigo governo, centralizado na figura de um soba.
No tempo do capitão, quem se destacasse a ponto de virar um concorrente estava condenado. Luiz Henrique Mandetta saiu do Ministério da Saúde não só por discordar da política de combate à pandemia mas também por aparecer, numa pesquisa de 2020, como terceira opção de voto, atrás de Bolsonaro e Lula. Representado nas manifestações da direita por um enorme boneco do Super-Homem, Sergio Moro foi escorraçado do Ministério da Justiça.
É a pasta hoje ocupada por Dino, que tem a maior popularidade digital entre os ministros e dá a impressão de estar em todas. Ele gosta de aparecer, é debochado, mas sabe mostrar serviço. Na prevenção a ataques a escolas, agiu rapidamente, intimando suspeitos e mandando prender quem anunciava plano de violência pela internet.
No caso de racismo contra Vinicius Junior, chegou à frente ao ameaçar com um "remédio extremo": o uso do princípio da extraterritoriedade, que permite a aplicação da lei brasileira no exterior. Para evitar a crise diplomática, o Ministério Público da Espanha denunciou torcedores por crime de ódio.
Com receio de sua capacidade de articulação e temendo seu potencial de crescimento político, a oposição não larga do pé dele. Em vão: tem ficado com cara de tacho nos embates. O ministro entendeu o jogo e o inverteu. São suas as cenas e as falas que, recortadas, ganham as redes e viram memes. "Se você é da Swat, eu sou dos Vingadores", respondeu ao mitômano senador Marcos do Val. Até petistas estão com ciúmes de Flávio Dino.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters