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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

CPI do 8/1 subiu na goiabeira

Mauro Cid vestiu farda e desnudou sua culpa

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Não é só a máscara de Jair Bolsonaro que, com o tempo e o uso, se desfez e hoje revela a face corrompida por trás dela àqueles que insistiam em não enxergar o óbvio. A semana mostrou que o tenente-coronel Mauro Cid, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) estão cada vez mais despidos em suas reais intenções.

Para comparecer à CPI do 8 de janeiro, Mauro Cid vestiu a farda e os adornos do Exército, mas era como se estivesse nu. O direito de ficar em silêncio e não produzir provas contra si mesmo —nem a idade ele quis revelar— não funcionou como estratégia de defesa. Preso desde maio, o principal ajudante de ordens de Bolsonaro exibiu sua culpa nas mãos trêmulas, nos esgares e até no piscar dos olhos. Poderia ao menos ter demonstrado alguma vergonha.

O tenente-coronel do Exército brasileiro, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex presidente Jair Bolsonaro, preso pela Polícia Federal, durante depoimento na CPMI do 8 de Janeiro, no Senado Federal - Pedro Ladeira/Folhapress

Diante da mudez do depoente, o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) aproveitou as oito horas da sessão para cantar e traduzir trechos da canção "Blowing in the Wind", de Bob Dylan. A internet, correndo, reproduziu a chacota —era tudo o que o parlamentar com pinta de calouro do Raul Gil queria.

Ao contrário da CPI, que confirmou sua vocação para a comédia, o trabalho da Polícia Federal sobre os atos antidemocráticos é tocado a sério. Walter Delgatti Neto —conhecido como Vermelho, o hacker da Vaza Jato— disse à PF que Carla Zambelli o contratou para invadir o Conselho Nacional de Justiça, o sistema de apuração do TSE e celulares de ministros do STF.

Integrante da comissão mista, Damares Alves deve estar mais preocupada com o relatório da CGU que expôs o esquema de falsificação de documentos, contratações irregulares e desvio de verbas no Ministério da Mulher (prejuízo de R$ 2,5 milhões aos cofres públicos). Uma das empresas de fachada tem ligação com o ex-deputado Professor Joziel, aliado da ministra de Bolsonaro. Isso é que é subir na goiabeira.

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