Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Milícia digital não perdoa Tarcísio

Lula e Lira lucram com briga entre Bolsonaro e o governador de São Paulo

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O que parecia ser um destino natural —liderar a oposição— torna-se um desastre diante da irracionalidade de Bolsonaro. Inelegível em estado de negação, acreditando que poderá concorrer à Presidência em 2026, o ex-presidente jogou aquele que era tido e havido como seu herdeiro político, Tarcísio de Freitas, às feras do extremismo. Com o tempo, a treta entre os dois poderá evoluir para um rompimento definitivo, dando adeus à chapa Tarcísio/Michelle, sonho de certos líderes evangélicos.

Depois de apoiar a Reforma Tributária, o governador de São Paulo virou comunista de carteirinha. A milícia digital não perdoa: cancela. Se existisse alguma lógica, o certo seria classificá-lo como oportunista. Tarcísio não quis perder o bonde da história —coisa que Bolsonaro não se cansa de fazer. Seu atual patrão, Valdemar Costa Neto, terá trabalho para disciplinar o empregado. Isso se ele não levar uma justa causa no caminho.

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Tarcísio de Freitas em reunião com governadores da bancada Sul e Sudeste com presidentes das Assembleias Legislativas, em Belo Horizonte - Célio Messias/Governo do Estado de São Paulo

Lula não meteu a mão na cumbuca. Ficou de longe, deixando o trabalho de articulação e convencimento para Fernando Haddad, um nome mais palatável. Evitou que o projeto fosse etiquetado como uma reforma do PT —o que de fato é. Ao mesmo tempo em que estabelece uma cesta básica nacional de alimentos com isenção de tributos, amplia a mesma isenção para organizações ligadas a igrejas.

O estilo chantagista de Arthur Lira venceu. O Planalto, que também conseguiu aprovar a mudança nas regras do Carf, teve de abrir o cofre. Na véspera da votação, bateu um recorde na liberação de emendas —R$ 5,3 bilhões autorizados para projetos e obras em redutos eleitorais de parlamentares.
Para descansar e comemorar a suspensão do inquérito que investiga supostos desvios em compras de kit de robótica, Lira agendou uma viagem com a família. Um cruzeiro de Wesley Safadão, que sai da Flórida com passagem pela chamada "ilha exclusiva do Safadão nas Bahamas". Ele merece.

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