Siga a folha

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Descrição de chapéu América Latina STF

Ministro do STF, André Mendonça troca alhos por bugalhos

Liberdade de expressão nada tem a ver com desinformação

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O ministro André Mendonça, do STF, recebeu o título de cidadão honorário do Paraná em sessão solene prestigiada por pastores evangélicos, a atriz Regina Duarte e o senador Sergio Moro (a quem Mendonça substituiu no Ministério da Justiça). Aproveitou a pompa e a circunstância para elaborar uma frase que deixaria o conselheiro Acácio envergonhado: "A aplicação da lei nem sempre é simples".

Ao dizer que os juízes eleitorais devem defender a liberdade de expressão, Mendonça filosofou: "O conceito de fake news é um conceito aberto. E agregam-se ao conceito de fake news expressões que têm uma conotação difícil de se determinar. O que é desinformação?".

Com certeza Mendonça lembra as eleições de 2018, das quais Bolsonaro saiu vitorioso para depois indicá-lo ao Supremo. Nelas, mentiras, rumores, boatos invadiram como praga as redes sociais, ampliando o alcance e a velocidade da desinformação. O ministro há de recordar o kit gay e a mamadeira de piroca, inesquecíveis. No tempo da pandemia, um certo capitão afirmou que imunizantes contra a Covid-19 estavam relacionados à transmissão do HIV. Logo após o atentado político contra Marielle Franco, surgiu a notícia de que ela teria vínculo com facções criminosas e seria casada com traficante.

Todas elas, mentiras fáceis de comprovar, têm uma conotação assim tão difícil de determinar? Segundo recente pesquisa do Instituto Locomotiva, 8 em cada 10 brasileiros já deram credibilidade a fake news. Contudo, 62% confiam na capacidade de diferenciar informações falsas de verdadeiras. André Mendonça está no grupo minoritário.

Liberdade de expressão nada tem a ver com desinformação. A primeira é manifestar-se a favor da quartelada na Bolívia, como fizeram Bia Kicis e Ricardo Salles, deputados do PL. Mais que opinião, foi uma confissão. Milagrosamente, eles não mentiram. São golpistas de verdade.

. - Adams Carvalho

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas