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Descrição de chapéu Copa do Mundo

A eterna frustração de torcer para a Inglaterra

É comovente acompanhar o sofrimento dos ingleses a cada competição que participam, e perdem

Os jogadores Jordan Henderson, Jack Butland, Harry Maguire e Phil Jones perfilam durante a execução dos hinos nacionais antes do amistoso contra a Costa Rica, no dia 7 - Phil Noble - 7.jun.18/Reuters

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Torcer para a Inglaterra é uma das experiências mais frustrantes do futebol mundial.

É comovente acompanhar de perto o sofrimento dos torcedores ingleses a cada competição internacional que participam, e perdem.

Apaixonados pelo futebol, os milhares de ingleses que viajaram para a Rússia estarão entre as torcidas mais animadas dentro e fora dos estádios. Vão cantar sem parar nas ruas e nas arquibancadas e, muito provavelmente, acabarão se envolvendo em várias brigas.

Mais provavelmente ainda, vão voltar para casa desapontados com os resultados de um time limitado.

Trata-se da mesma rotina de copas anteriores.

A cada quatro anos o país inteiro se decepciona profundamente na metade do torneio, depois de ter se iludido com a (remota) chance de trazer a taça de “volta pra casa” –numa referência ao fato de os ingleses terem criado o futebol.

Aliás, acho que este é o primeiro grande elemento da frustração coletiva.

Minha impressão é a de que os ingleses simplesmente não conseguem entender porque eles, criadores do futebol e de suas regras, são obrigados a amargar tantas decepções nos gramados.

E o pior é que o fenômeno nem é inédito.

A mesma coisa acontece com muita frequência com os outros esportes associados a esta ilha, como o críquete e o rúgbi.

Sem falar no tênis, onde os ingleses também decepcionam há décadas na competição mais tradicional do esporte, o torneio de Wimbledon (o vencedor Andy Murray é, suprema humilhação, escocês...).

O segundo elemento da frustração nacional vem do fato de os torcedores locais terem se acostumado a ter, nos últimos anos, o melhor campeonato nacional de futebol do mundo, a Premier League.

Pelos tradicionais campos ingleses desfilam, todos os finais de semana, algumas das maiores estrelas do esporte. Os jogos são sensacionais, muito acima da média de qualquer outro campeonato —podem incluir aí os torneios da Espanha, da Alemanha e da Itália.

Os principais times ingleses, reforçados, claro, por craques de todo o mundo são bem melhores do que a seleção.

Não consigo nem imaginar a decepção de um torcedor do Manchester City, por exemplo, ao comparar o meio-campo de seu time ao da Inglaterra. Deve ser de cortar o coração.

Por último, os ingleses também têm que aturar o sucesso constante dos maiores rivais, a Alemanha.

No passado, a torcida inglesa cantava nas arquibancadas em jogos contra os rivais: “two World Wars and one World Cup”, numa referência ao fato de o país ter vencido duas guerras mundiais e uma Copa do Mundo contra os germânicos.

Hoje, eles preferem usar o famoso humor britânico ao falar da rivalidade futebolística.

Como definiu Gary Lineker, um dos maiores jogadores da história recente da Inglaterra, numa frase famosa sobre o esporte: “o futebol é um jogo simples. Vinte e dois homens perseguem uma bola por 90 minutos. E, no final, os alemães sempre vencem”.

Este ano vamos conferir se Lineker está mesmo certo.

P.S.: Esta coluna se solidariza com os ingleses. Afinal, de frustração futebolística eu entendo alguma coisa: torço apaixonadamente há quase 50 anos pela Portuguesa de Desportos.

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