Siga a folha

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

Com mulheres na cabeça

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

O voto feminino no Brasil completou 90 anos na semana passada. Desde que a professora Celina Guimarães se alistou para votar em Mossoró, em 1927, e Alzira Soriano, primeira mulher eleita para um cargo público no país, assumiu a Prefeitura de Lajes, em 1929, ambos municípios do Rio Grande do Norte, muita coisa mudou. Em que pesem os avanços legais, o cenário nacional segue desfavorável e a participação das mulheres na política ainda é irrisória considerando o perfil demográfico brasileiro.

Almerinda Farias Gama e outros na eleição de representantes classistas para a Assembleia Nacional Constituinte de 1934 - CPDOC/FGV

Mulheres somam 52% dos votantes, mas representam apenas 15% dos parlamentares do Congresso. A maioria da população feminina é negra, ao contrário das parlamentares, que são majoritariamente não negras. Indígena, apenas uma. Verdade que o percentual de participação feminina na Câmara e no Senado cresceu na comparação com legislaturas anteriores. Ainda assim, é pouco. Na prática, a política no Brasil é feita por homens brancos.

Dados da União Interparlamentar, que reúne países ligados à ONU, colocam o Brasil na posição 145º do ranking Mulheres nos Parlamentos Nacionais. Numa nação onde, em 2021, quatro mulheres foram vítimas de feminicídio por dia e os casos de estupro voltaram a crescer já passou da hora de usar a via democrática para tentar mudar esse cenário.

Em 2022, seria ótimo mexer na régua lançando candidaturas femininas majoritárias e eleitoralmente viáveis, com o devido apoio partidário e o acesso ao imprescindível financiamento. Sabemos que ser candidata não é exatamente o problema. Já o acesso ao dinheiro para disputar em condições de elegibilidade pode ser um enorme entrave.

Que as mulheres assumam o protagonismo neste pleito, reivindiquem cabeças de chapas majoritárias e exijam transparência na distribuição dos recursos do fundo partidário. Claro que não há garantias, mas pode ser uma bela oportunidade de ao menos dar uma sacolejada no jogo e incluir em pauta a discussão de alguns problemas reais do Brasil.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas