Siga a folha

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

Descrição de chapéu Todas Consciência Negra

Com cabelo black é assim?

Mundialmente, desde a década de 1960, o cabelo afro está relacionado à resistência

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Já se perguntou por que um corpo negro ostentando uma cabeleira black power, volumosa e arredondada, num ambiente elitizado perturba e incomoda tanta gente?

Especialmente quando 70% da população do país têm cabelos encaracolados (segundo pesquisa do Instituto Beleza Natural com a Universidade de Brasília). Ainda assim, é quase impossível encontrar um preto no Brasil que não tenha uma história negativa para contar envolvendo seus fios crespos.

Como já publiquei nesta Folha (em 2021, na coluna "Imundície, cupins e baratas"), por mais que existam questões sociais "maiores" a enfrentar, o cabelo afro segue motivando manifestações de racismo, preconceito e discriminação.

Dias atrás, a cantora Luciane Dom foi às redes sociais denunciar que teve o cabelo revistado no aeroporto Santos Dumont (RJ). Em 2017, a então vereadora Marielle Franco (assassinada em 2018) fez uma denúncia semelhante: "No aeroporto de BSB, meu corpo e até meu cabelo ‘foi’ vasculhado. Sim, meu black incomoda, minha negritude incomoda", escreveu.

A cantora Luciane Dom diz que teve o cabelo black power revistado no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro - @lucianedom no Instagram

É uma violência tão grande que a propositura de revistar uma cabeleira black power jamais deveria ocorrer. Remete ao Brasil colônia, quando corpos negros eram revirados do avesso feito objetos. A diferença é que, à época, não se tinha noção dos direitos de personalidade, que guardam relação com nossas características e estão protegidos por leis como a Constituição e os Códigos Civil e Penal brasileiros.

Na África, cabelos carregam símbolos ligados à identidade étnica, posição social, religião e origem da pessoa. Mundialmente, desde a década de 1960, o cabelo afro está relacionado à resistência. Hoje, felizmente, é também um signo de beleza e orgulho.

O antirracismo requer ações concretas. Os agentes públicos, nas diversas esferas, precisam assumir sua cota de responsabilidade, prevendo orçamento para implementar políticas efetivas e eficazes nesse enfrentamento.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas