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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Bolsonaro dá em Paulo Guedes seu primeiro baile de Brasília

Presidente ainda não deu sinais definitivos de adesão ao receituário liberal

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, cumprimentam-se no Palácio do Planalto, em Brasília - Ueslei Marcelino/Reuters

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Em apenas três dias úteis de governo, Jair Bolsonaro conseguiu atar cinco nós na equipe econômica liderada por Paulo Guedes.

Enquanto auxiliares tentam elaborar uma reforma da Previdência que dê fôlego às contas públicas, 
o presidente optou pela suavidade. Em entrevista ao SBT, propôs uma idade mínima de aposentadoria inferior à que tramita na Câmara.

Até o vice Hamilton Mourão discordou: “Conheço a opinião do Paulo Guedes também, e a nossa é uma visão de reforma mais profunda”.

Bolsonaro também jogou para baixo planos para criar um imposto único e disse que a ideia só serve para um “longo, longo prazo”. Acrescentou que nem pensa em aplicar esse tributo a movimentações financeiras, como estuda a equipe de Guedes.

Na semana de estreia, o presidente ainda levantou dúvidas sobre a venda de parte da Embraer. As ações da empresa caíram 5% no ato.

Empossado, Bolsonaro não deu sinais definitivos de que acredita no receituário liberal. A Previdência, a unificação de impostos e as privatizações foram justamente os pilares elencados pelo ministro da Economia em seu discurso de posse.

Guedes teve papel relevante na campanha para acalmar investidores que temiam um candidato com viés nacionalista, perfil autoritário e despreparo na economia. Agora, porém, Bolsonaro tem a caneta na mão.

Ainda que diga não entender da área, o presidente é capaz de produzir desordem. Na sexta (4), anunciou a redução de uma alíquota do Imposto de Renda e a assinatura de um decreto que aumentava o IOF.

Horas depois, foi desmentido nos dois casos por um subordinado de segundo escalão: “Deve ter sido alguma confusão. Ele não assinou nada”, disse o secretário da Receita.

Ao receber o cargo, Guedes disse que estava pronto para enfrentar dificuldades. “A coisa mais fácil do mundo é se livrar de quem não está habituado a Brasília. Dão um baile na gente, a gente desanima e vai embora para casa”, brincou. A primeira lição começou cedo.
 

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