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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Como a divisão no PSL pode afetar o governo Bolsonaro?

Crise desarticula tropa de choque brancaleônica e aumenta custo político no Congresso

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Nos primeiros meses do ano, a turma do PSL se esqueceu de aparecer numa sessão da Câmara e deixou a oposição à vontade para atacar Paulo Guedes.

Semanas depois, um líder da sigla se confundiu e quase orientou a bancada a votar contra a nova Previdência. Se o partido já era um peso morto, por que a crise na legenda faria qualquer diferença para o governo agora?

O cisma no partido do presidente desarticula sua tropa de choque no Congresso. Os 53 deputados da sigla estão longe de formar maioria e, como se viu, não são lá muito eficientes. Ainda assim, numa inspiração brancaleônica, atrapalhados e mal equipados, cumpriam uma função.

A legenda que comanda o Planalto costuma exercer papéis práticos e simbólicos. Manobra as regras para blindar o Executivo, mas também tem a missão de dar o exemplo nas discussões de interesse do governo.

 

Mesmo desnorteado, o PSL se expôs ao apoiar, de saída, a reforma da Previdência. É verdade que o restante dos votos para aprovar a proposta dependeu de Rodrigo Maia e das legendas do centrão, mas o tema poderia ter ficado no solo se nem a sigla do presidente tivesse ficado unida.

O partido agora está mais fragmentado e, principalmente, menos disciplinado. As vozes dissonantes tendem a aparecer, e o perfil caótico da bancada que se elegeu na esteira de Bolsonaro certamente vai aflorar.

As negociações devem ficar mais confusas em pautas amargas como privatizações e a reforma administrativa. O corporativismo e os interesses regionais falarão mais alto, e os demais partidos poderão cobrar mais caro pelos votos.

A agenda palaciana também perde um motor de arranque. Haverá menos personagens leais ao Planalto para se aferrar às mudanças nas leis de trânsito ou ao pacote de Sergio Moro, por exemplo.

A crise no PSL pode não enterrar o governo ou inviabilizar as reformas na economia, mas o Planalto, que já não sabia fazer articulação política, deve ter um trabalho mais custoso a partir de agora.

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