Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).
Popularidade de Bolsonaro entre os mais pobres recua em algumas capitais
Avanço no eleitorado de baixa renda com pagamento do auxílio emergencial ainda é instável
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O impulso de popularidade conquistado por Jair Bolsonaro nas camadas de baixa renda refluiu em algumas capitais. A variação não é generalizada, mas sugere que a melhora na aprovação do governo com o pagamento do auxílio emergencial enfrenta os primeiros sinais das derrapagens da economia.
O aumento da rejeição ao presidente entre os mais pobres ocorreu numa dimensão considerável em pelo menos dez cidades. A mudança foi registrada em pesquisas do Ibope nas eleições municipais, que também perguntaram a opinião do eleitor sobre o trabalho de Bolsonaro.
Em João Pessoa, a única capital do país que teve um balanço negativo de vagas de emprego em outubro, o presidente perdeu 11 pontos entre eleitores de baixa renda que consideram o governo ótimo ou bom. A aprovação ao governo na base da pirâmide era de 42% no início de outubro e, agora, é de 31%.
Na capital que acumula a pior variação no mercado de trabalho em 2020, o presidente também teve prejuízos. No Rio, o índice positivo de Bolsonaro entre os mais pobres ficou estável (29%), mas houve um aumento de eleitores desse segmento que consideram seu trabalho ruim ou péssimo: de 33% para 40%.
O movimento de manutenção da popularidade somada a um crescimento da reprovação se repetiu em outras capitais. No Recife, a visão negativa do governo passou de 42% para 48% na baixa renda. Em São Paulo, o índice cresceu oito pontos nos últimos meses e chegou a 59%.
Nem todas as grandes cidades registraram variação negativa na popularidade de Bolsonaro entre os mais pobres. Em Goiânia, o percentual oscilou para baixo: 26% consideram o governo ruim ou péssimo. Em Salvador, esse índice ficou estável, em impressionantes 70%.
Os números mostram que o avanço bolsonarista no eleitorado de baixa renda ainda é instável. A chave da popularidade estará no comportamento desses grupos diante do fim do auxílio, da lenta recuperação do emprego e dos focos de inflação.
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