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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Centrão vê desembarque se Bolsonaro não recuperar popularidade

Com previsão de desempenho fraco em 2022, caciques avaliam distanciamento sem timidez

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Jair Bolsonaro também entrou em queda no mercado futuro da política. A escalada da inflação e as dificuldades da economia mudaram o cálculo de aliados que apostavam numa recuperação da popularidade do presidente até a largada da campanha de 2022. Caciques de partidos da base do governo já têm nas mãos um mapa para a saída de emergência.

A tropa de choque do centrão continua disposta a segurar o impeachment e nem pensa em abandonar agora as emendas que alimentam os políticos dessas legendas. Mas dirigentes da base bolsonarista falam com desembaraço da possibilidade de um desembarque caso a situação do presidente não melhore até março do ano que vem.

Deputados governistas estão felizes com os milhões do Orçamento que conseguem direcionar para seus estados, mas passaram a relatar aos líderes partidários o mau humor dos eleitores desses mesmos redutos. Para alguns, defender o governo Bolsonaro já não é mais tão confortável –e a situação pode piorar.

Atrás de Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), conversa com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI) - Adriano Machado/Reuters

Os políticos do centrão costumam farejar o poder. Até junho, os caciques acreditavam que a sociedade com o governo seria longa porque o avanço da vacinação e a recuperação da economia lançariam o time de Bolsonaro num cenário favorável para a reeleição. Agora, muitos não acreditam que estarão ao lado do presidente na campanha.

Políticos de PL, Republicanos e PP –o núcleo do centrão bolsonarista– avaliam sem muita timidez os cenários que podem afastá-los do governo. Até uma ala do PP, que assumiu o coração do Planalto e abriu negociações para filiar Bolsonaro, pensa em tomar distância.

Mesmo que o centrão não o empurre do penhasco, o presidente terá um péssimo sinal se esses partidos não quiserem fazer campanha a seu lado. O comportamento dos políticos nas bases costuma ser um bom termômetro da eleição. Basta lembrar que, em 2018, as siglas do bloco apoiaram oficialmente Geraldo Alckmin (PSDB), mas preferiram pedir votos com o PT e Bolsonaro.

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