Siga a folha

Doutora em filosofia, pós-doutoranda em direito internacional e autora do livro 'Um Olhar Liberal Conservador sobre os Dias Atuais'

Descrição de chapéu Folhajus STF

Democracia corrompida

No momento, só têm poder de mobilização os extremos ideológicos liderados pelos dois populistas que desgraçam o Brasil

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

A despeito da etimologia (demos-povo/kratos-poder), a democracia não pode ser entendida simplesmente como poder do povo. Vários outros elementos enriquecem esse conceito.

Democracia é poder não da força, da guerra, mas da palavra; é tomada de decisões em meio à pluralidade de ideias; é busca de consenso pelo debate saudável; é o Estado constitucional no qual as leis barram o arbítrio e a divisão de poderes refreia o autoritarismo personalista.

Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Michel Temer e outros líderes políticos discutem crise institucional e democracia atraves de videoconferência - Reprodução/SBT News

Em uma democracia, o Estado, por meio da lei, impõe restrições ao indivíduo, mas o indivíduo, por meio da lei, também se protege do Estado. Nesse regime, a coisa pública deve ser protegida de interesses privados tanto quanto a propriedade privada deve ser protegida. Na democracia, o adversário no campo político não é o inimigo a ser eliminado, devendo prevalecer a liberdade de expressão, de imprensa e de associação, aliadas à tolerância e ao respeito. A democracia pressupõe, ainda, eleições regulares, livres, diretas e idôneas.

O Dia Internacional da Democracia, 15 de setembro, passou um tanto despercebido. Talvez por não termos muito a comemorar. Às dificuldades inerentes a qualquer regime democrático somam-se, no Brasil, mazelas particulares.

Temos convivido com a já crônica lassidão moral que estabeleceu por princípio político só ser possível governar cedendo aos apetites corrupto-fisiológicos da banda podre do Congresso. O atual presidente da República, medíocre e inepto, entregou-se totalmente a esse domínio; e a indigência moral que avassala também a maioria dos titulares dos Poderes da República faz com que estes, ao invés de se equilibrarem pela vigilância, acomodem-se pelo jogo de interesses.

No dia 12 de setembro, uma corrente disposta a confrontar a cultura de corrupção e de impunidade que corrói a nossa incipiente democracia tentou ir às ruas. Foi um fiasco. No momento, só têm poder de mobilização os extremos ideológicos liderados pelos dois populistas que desgraçam o Brasil.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas