Juliano Spyer

Antropólogo, autor de "Povo de Deus" (Geração 2020), criador do Observatório Evangélico e sócio da consultoria Nosotros

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Juliano Spyer
Descrição de chapéu Rússia

Jornalista descreve em livro como será o apocalipse nuclear

Finalista do Pulitzer narra o que acontecerá, minuto a minuto, após disparo do primeiro míssil

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Desconfia-se que Irã e Israel —que se atacaram neste mês— tenham armas atômicas.

Em fevereiro, o líder russo Vladimir Putin disse que a Rússia está pronta para um confronto nuclear caso o Exército dos EUA entre na Ucrânia. A China, nova superpotência, quase dobrou seu arsenal de armas nucleares desde 2019, reportou a revista The Economist no artigo "Estados Unidos e seus aliados estão entrando em um período de incerteza nuclear".

É com esse pano de fundo preocupante que acontece o lançamento de "Nuclear War: a Scenario" ("guerra nuclear: um cenário", em tradução literal), da jornalista Annie Jacobsen, autora de vários livros sobre assuntos militares.

Capa do livro 'Nuclear War', da jornalista Annie Jacobsen
Capa do livro 'Nuclear War', da jornalista Annie Jacobsen - Reprodução

Em entrevista com Jacobsen, o cientista e podcaster Lex Fridman, do MIT, lhe pergunta: "Quantas pessoas morrerão se houver uma guerra nuclear?" "Cinco bilhões", ela responde. Centenas de milhões nos primeiros 72 minutos. O restante, de fome, nos dez anos seguintes, durante o "inverno nuclear", quando nuvens de detritos e fuligem resfriam o planeta.

"Nuclear War" narra, minuto a minuto, o que acontece a partir do lançamento do míssil que, por um efeito-cascata, dá início ao conflito. Para escrevê-lo, Jacobsen entrevistou cientistas, engenheiros, militares e burocratas que estão ou estiveram encarregados da defesa dos EUA.

A autora entende que seu trabalho funcionará como uma espécie de vacina para expandir a consciência da sociedade sobre o perigo. "A maior parte de nós não pensa sobre guerra nuclear diariamente. E no entanto centenas de milhares de pessoas estão permanentemente a postos para o caso de o evento acontecer." Ela menciona, na conversa com Fridman, que funcionários das agências de segurança dos EUA liberaram o acesso a documentos secretos e quiseram falar com ela após assistirem a "Oppenheimer", filme que conta a história da construção da primeira bomba atômica.

Se esse efeito vacina funcionar, espero assistir em breve à história do tenente-coronel Stanislav Petrov. Ele estava de plantão como responsável pelo sistema de monitoramento soviético em 26 de novembro de 1983, quando o alarme soou indicando que um míssil havia sido disparado dos EUA.

Os computadores confirmaram a informação e, nos cinco minutos seguintes, mais quatro disparos foram detectados. Tendo que tomar a decisão em minutos, ele entendeu corretamente que os EUA não atacariam com apenas cinco mísseis.

Os radares soviéticos haviam captado o reflexo solar sobre nuvens. Mas, se Petrov tivesse seguido o protocolo e transmitido a informação a seus superiores, a URSS teria retaliado ou esperaria a explosão?

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