Siga a folha

Escritora e roteirista, tem 11 livros publicados. Autora de "Macha".

Meu negócio vai contratar apenas ex-assessores da família Bolsonaro

Quando eu não puder pagar uma prestação, quero a paz de estar em um churrasco com o PM e ele quebrar essa para mim

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Decidi virar empresária. Não pequena empresária, dona de confecção na sala de casa ou de uma confeitaria na minha cozinha. Serei grande, como alguns dos mais bem-sucedidos exemplos desses nossos tempos.

Uma véia da Havan.

Mas atenção: usarei o método Magazine Luiza, que abriu vagas exclusivamente para trainees pretos e causou uma gritaria nas redes sociais. Racismo reverso, disseram os militantes da causa branca. Desculpe, mas a nós, brancos ofendidos, ainda sobra muito antes que se possa falar em racismo.

Voltando ao processo seletivo da minha empresa. Tal qual o Magalu, só aceitarei um tipo de quadro. Quem não atender ao requisito, não precisa nem enviar currículo. Meu negócio vai contratar apenas ex-assessores da família Bolsonaro, escudeiros fiéis que dão o sangue por seus empregadores.

E dão até o dinheiro que nem têm. Farei isso para acumular capital, que hoje não possuo. Todo mundo sabe que não é fácil ser um grande empresário. O presidente já disse que é hor-rí-vel ser patrão no Brasil. O véio da Havan é obrigado a sonegar impostos para manter seu império. É mole?

Não haverá distinção entre mulheres e homens. Não discriminarei cor de pele. Pessoas gordas ou magras. Héteros ou LGBTQIA+. Todos os ex-funcionários dos Bolsonaros serão admitidos, desde que me repassem parte de seus salários a cada fim de mês. Com uma medida simples dessas, um deputado já comprou mais de 19 imóveis com dinheiro vivo.

Se funciona na vida pública, por que não privatizar a rachadinha?

Quando eu não puder pagar a prestação do meu apartamento, quero a paz de estar em um churrasco com o PM que me presta serviços informais, e ele quebrar essa para mim. Não confio em aplicativo de banco e só falta ter que ir à agência bem na hora da picanha.

Funcionários dos meus parentes que me adiantem uns R$ 250 mil em espécie para as despesas mais urgentes serão homenageados na nossa festa de fim de ano. É desejável, também, que alguém pague as mensalidades da escola e do plano de saúde da minha filharada.

Tudo muito simples, mas talvez eu precise de um bom gerente para organizar o fluxograma. Alguém sabe se o Queiroz está no LinkedIn?

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas