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Invasão no radar

Militares brasileiros consideram factível a hipótese de Maduro ir às vias de fato na Guiana

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À parte das negociações da diplomacia, que na cena oficial manifesta descrença na possibilidade de a Venezuela invadir a Guiana, nas internas da área militar o Ministério da Defesa traça cenários que consideram factível a hipótese de Nicolás Maduro ir às vias de fato.

As conjecturas são mantidas em sigilo. Uma delas, contudo, põe no horizonte a entrada de forças venezuelanas no Essequibo para fincar ali uma bandeira do país e declarar de maneira unilateral a posse do território, rico em petróleo e diamantes.

Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, discursa em evento em frente ao palácio presidencial de Miraflores, em Caracas - Marcelo Garcia/Presidência da Venezuela/via AFP - AFP

O gesto é visto como teatral, mas com potencial de agravar a tensão. Nessa hipótese, seria uma ofensiva pelo mar, dado que por solo há terreno inóspito de florestas por um lado e, de outro, o bloqueio da fronteira brasileira.

"Não vamos deixar entrar", assegura o ministro José Mucio Monteiro. Ainda assim, na avaliação dos militares, o ditador venezuelano deve prosseguir em seus intentos, sendo remota a chance de ele dar ouvidos aos apelos do aliado governo brasileiro para a moderação.

Maduro tem agenda própria e, na interpretação dos militares brasileiros, não teria convocado o plebiscito sobre a ofensiva em relação à Guiana se não pretendesse escalar a situação. "Ninguém convoca uma consulta dessa se não tem a intenção de fazer algo", diz um desses analistas.

Isso não significa que não possa haver dissuasão pela via diplomática, mas há outro sinal de que não haveria por ora disposição de Maduro a um recuo: a visita a Vladimir Putin.

Mesmo marcada antes do plebiscito, a ida a Moscou tem, na visão brasileira, evidente intenção de buscar apoio. Por essa análise, o encontro pode até não render ajuda material, mas pode sinalizar posicionamento favorável do russo ao colega ditador.

Quadro complicado para o presidente Lula, que se vê agora preso na saia justa criada por aquele que não faz jus à complacente versão de que seria uma vítima de "narrativas".

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