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Jornalista e comentarista de política

O ambiente exige respeito

Como exigir civilidade ao cidadão se as autoridades atuam com agressividade reativa?

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O exemplo vem de cima, reza o lugar-comum. E quando o comum é que o presidente se pronuncie sem freios, generalizam-se na República as declarações desenfreadas. São aceitas com naturalidade, mas bastaria observá-las com algum rigor para vê-las como um atroz desrespeito à etiqueta institucional.

Como exigir da população que amenize o trato no embate entre contrários se no âmbito dos três Poderes, nas respectivas cúpulas, o que vale é a agressividade reativa? Num desenho breve, temos um pedaço do quadro de distorções em pouco espaço de tempo.

O presidente Lula, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e o presidente da Câmara, Arthur Lira, na cerimônia de posse do ministro Flávio Dino na corte - Pedro Ladeira-22.fev.2024/Folhapress - Folhapress

Um magistrado do Supremo Tribunal Federal reage de modo intempestivo à busca de holofotes do dono do X, descendo ao patamar dos interesses do bilionário; dois ministros de Estado fritam o presidente da Petrobras; o presidente da Câmara desanca em público o articulador político do governo por suspeita de ter sido desancado por ele aos ouvidos de jornalistas.

O ambiente da barulheira se sobrepõe à razão. De autoridades ditas republicanas seria esperado que prestassem reverência civilizada à racionalidade.

Feito o estrago, recorrem-se a remendos que em nada remediam a profusão de comportamentos inadequados do ponto de vista da institucionalidade. O presidente da República alega "teimosia" para dar sustento funcional ao articulador. Sinal de aposta dobrada no atrito com o deputado Arthur Lira.

Lula não dirime com clareza a disputa pela presidência da Petrobras, enquanto no STF o colegiado dá apoio oficial, mas não compactua integralmente com as decisões de Alexandre de Moraes. Alguns ministros pensam de maneira diversa ao que diz a nota formal de respaldo, mas se reservam ao silêncio.

O que podemos depreender do todo é a utilidade da lição de Billy Blanco em seu "Estatuto" de uma gafieira bem mais organizada que a no momento tão desorganizada República brasileira: o ambiente exige respeito.

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