Siga a folha

Jornalista especializado no setor automotivo.

O jipinho de hoje banca o carro elétrico de amanhã

Utilitário compacto vende bem, custa caro e é mais barato de produzir

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

A cada semana, ao menos um novo utilitário compacto de uso urbano é apresentado no mundo. Surgiram três nos últimos cinco dias: o sul-coreano Kia Seltos, o novo Peugeot 2008 europeu e o franco-indiano Renault Triber. Todos com chance de chegar ao Brasil.

Não há dúvida de que esse é o segmento do momento, enquanto hatches médios, peruas e sedãs somem das lojas.

O último fenômeno global do tipo havia ocorrido nos anos 1990, quando minivans começaram a ganhar mercado. Eram veículos que aliavam espaço interno a preço inferior ao cobrado pelas vans de maior porte.

No Brasil, esse tipo de carroceria estreou há 20 anos, com os modelos Renault Scénic e Mercedes Classe A, seguidos por Citroën Xsara Picasso e Fiat Idea. Todos já saíram de linha por aqui.

A diferença entre o que ocorreu há duas décadas e o momento atual está no efeito sobre os outros segmentos. As "vanzinhas" não exterminaram sedãs e hatches médios, havia coexistência.

Agora, os jipinhos urbanos vão ocupando todos os espaços e não parece se tratar de um modismo passageiro. Já é difícil saber se vendem tanto pelo desejo do público ou pela falta de outras opções.

Entretanto, há uma explicação para o fenômeno.

Os utilitários compactos são construídos sobre plataformas originalmente pensadas para carros pequenos. São bases menos sofisticadas e, portanto, resultam em veículos de menor custo de produção.

Repare que é raro um SUV diminuto ser o primeiro a oferecer alguma tecnologia inovadora ou sistemas avançados de motorização ou tração. Grosso modo, disponibilizam o mesmo que seus pares convencionais.

Apesar disso, as versões mais equipadas facilmente ultrapassam os R$ 100 mil. São preços próximos aos pedidos pelos carros médios, que têm alto custo de produção e trazem extensa lista de equipamentos.

No momento atual da indústria, em que as montadoras precisam melhorar a rentabilidade para bancar a eletrificação e se adequar às futuras legislações ambientais e de segurança, os jipinhos urbanos tornam-se fundamentais. Vendem bem, custam caro e são mais baratos de produzir.

Os utilitários compactos de hoje estão pagando os automóveis híbridos e elétricos de amanhã. Esses SUVs já estão por todos os lados e há grande chance de se serem ainda mais onipresentes nos próximos cinco anos. 

 

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas