Siga a folha

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

Biden tem chances contra Trump

É o que diz um sábio que nos últimos 30 anos acertou resultado de todas as eleições nos EUA

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Um sábio que nos últimos 30 anos acertou o resultado de todas as eleições presidenciais americanas assegura que Joe Biden tem fortes chances de derrotar Donald Trump.

Joe Biden e Donald Trump, que devem disputar a Presidência dos Estados Unidos - Fotos Andrew Caballero-Reynolds e Joseph Prezioso/AFP

Bullitt deu o Baile de Satan

Para quem decidir ler o romance "O Mestre e a Margarida", de Mikhail Bulgakov:

Um dos capítulos mais divertidos do livro conta o "Baile de Satan", uma festa delirante ocorrida em Moscou. O baile aconteceu em abril de 1935 nos piores anos do stalinismo e foi dado pelo embaixador americano William Bullitt.

Boa parte da elite bolchevista apareceu e pelo menos três dos convidados viriam a ser executados. O secretário de Bullitt soltou a imaginação e colocou na festa um ursinho (a quem um bolchevique deu champanhe na mamadeira), galos (um deles pousou na travessa de foie gras) e centenas de passarinhos (que fugiram da gaiola). Bulgakov foi com a mulher.

Tremenda figura, de aparência satânica, esse William Bullitt (1891-1967). Formou-se em Harvard com John Reed, que viria a escrever "Os Dez Dias Que Abalaram o Mundo", e casou-se com sua viúva. Negociou a dívida russa com Lênin, escreveu um livro com Sigmund Freud e em 1938 ajudou a tirá-lo de Viena. Virou amigo de Franklin Roosevelt, cuja secretária namorou, e ganhou a embaixada em Paris. (Em Moscou ele havia namorado a bailarina favorita de Stálin).

Em 1940, quando Hitler atacou a França, Bullitt transferiu reservas de ouro da França para os EUA. No dia 12 de junho, durante o colapso do governo, virou prefeito de Paris por alguns dias. Em maio de 1944, alistou-se como major do Exército francês e em outubro, fardado, entrou de novo na embaixada, hasteando a bandeira americana que a governanta havia escondido.

Bullitt desencantou-se com a União Soviética. Em 1935, comparou-a à Alemanha nazista, "uma teocracia de ateus". Cantou a pedra de uma aliança de Stálin com Hitler com três anos de antecedência.

Deve-se a Bullitt a afirmação factual de que comunistas comiam crianças. Em 1945, depondo no Congresso americano, um senador perguntou-lhe se havia canibalismo na Rússia e ele respondeu:

— Eu vi a fotografia de um corpo de criança comido pelos pais.

LEIA OUTROS TRECHOS DA COLUNA DE ELIO GASPARI DESTE DOMINGO

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas