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Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

Uma grande leitura, a Revista Brasileira

Atual e erudita, ela vai do primeiro poeta à inteligência artificial

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Está na rede, grátis como um arco-íris, a última edição da Revista Brasileira, da Academia Brasileira de Letras, editada pela escritora Rosiska Darcy de Oliveira. São 192 páginas de cultura na veia.

Tem de tudo. José Paulo Cavalcanti Filho conta que o primeiro poeta brasileiro não foi Bento Teixeira, publicado em 1601, mas o jesuíta Bartolomeu Fragoso, descoberto pelo historiador Victor Eleutério. Sua poesia foi preservada em 1592 pelo tribunal da Inquisição, que o excomungou e condenou ao degredo. Isso para o século 16. Para o século 21, a revista publica cinco artigos sobre a vida virtual.

Membros da ABL durante a posse do escritor Ailton Krenak como membro - Eduardo Anizelli - 5.abr.2024/Folhapress

Para todos os outros séculos, surge a figura de Alberto da Costa e Silva, o historiador, poeta e diplomata morto em novembro passado. São dois textos de uma preciosa entrevista concedida em 2003 a Marina de Mello e Souza.

Costa e Silva (nada a ver com o marechal que jogou o Brasil no Ato Institucional nº 5) foi um estudioso da História que liga o Brasil à África. Tendo sido embaixador na Nigéria e em Portugal, publicou seis livros sobre a África, o tráfico negreiro e a escravidão. Dois deles ("A Enxada e a Lança" e "A Manilha e o Libambo") são essenciais para se saber que, na África dos séculos 16 ao 19, existia uma civilização pujante. Num terceiro, "Francisco Félix de Souza, Mercador de Escravos", contou a vida de Xaxá, o baiano que viveu no Benin, tornando-se o maior traficante do período. Ele morreu em 1849 e muito provavelmente foi um dos homens mais ricos do mundo.

Alberto Costa e Silva falava claro e convidava quem o ouvia a fazer o mesmo. Como o historiador inglês Eric Hobsbawn, expunha sua erudição com o estilo do ator americano Fred Astaire ao dançar: dando a impressão de que é fácil.

Por exemplo:

"Há maneiras africanas. Essa nossa tendência de falar da África como uma realidade única, como uma totalidade, serve, em última análise, para facilitar nosso entendimento e a nossa compreensão. Mas não há nada mais diferente de um axante do que um ibo ou um ambundo. [...] Tal qual ocorre na Europa".

A Revista Brasileira coloca a História do país à disposição do leitor. Fernando Gabeira trata da internet, Ruy Castro fala do grande cronista João do Rio (1881-1921). Rosiska Darcy de Oliveira e Carlos Eduardo de Senna Figueiredo resgatam a memória de Mário Pedrosa (1900-1981), o jornalista e crítico de arte que padeceu na América Latina da segunda metade do século 20 como ativista da política e da vanguarda artística. Penou o exílio no Chile e no México.

A Revista Brasileira existe pelo trabalho de quem a faz e pela contribuição de quatro apoiadores: Arminio Fraga, Barbosa Müssnich Aragão Advogados, o banco Opportunity e a Faperj.

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