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Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

O homem mais inteligente do mundo

Biografia de John von Neumann mostra por que o matemático húngaro disputa o título

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John von Neumann (1903-1957) foi arguivelmente o homem mais inteligente do século 20. E é um páreo duro, já que falamos de um período que inclui nomes como Albert Einstein, Max Planck, Niels Bohr e David Hilbert, para citar só uns poucos gigantes das ciências exatas. "The Man From the Future" (O homem do futuro), a nova biografia de Von Neumann escrita por Ananyo Bhattacharya, mostra por que o matemático húngaro disputa o título.

Talvez por ser um matemático que se esforçava para pensar os problemas em seu nível mais fundamental, deixou contribuições cruciais não apenas para a matemática mas também para a física, a computação, a engenharia, a economia, a biologia e a guerra. Nos EUA, Von Neumann participou da construção das bombas de fissão e de fusão. Ao contrário de um de seus melhores amigos, Leo Szilard, que levantou sérias objeções morais à sua utilização, Von Neumann não teve dúvidas. Não hesitou nem em integrar o comitê que escolheu as cidades japonesas que seriam aniquiladas.

Numa nota menos sombria, ele é, ao lado de Turing, um dos pais da computação. E pai "solo" da programação. Também é o grande responsável pela teoria dos jogos, que revolucionou inúmeros ramos do saber. Era um tipo exuberante. Só acendia uma luz depois de ligar e desligar o interruptor sete vezes. O mesmo valia para gavetas.

Pode-se afirmar que viveu e morreu por suas teorias. Von Neumann nasceu e cresceu judeu. Após a morte do pai, ele e os irmãos se converteram ao catolicismo. Era bom para a carreira. Nunca mais se preocupou com religião, vivendo como agnóstico. Mas surpreendeu e chocou os amigos ao, no leito de morte, mandar chamar um padre. Era a teoria dos jogos falando. Segundo sua filha, ele aceitara a aposta de Pascal.

Mesmo que a probabilidade de sofrer danação eterna fosse ínfima, esse seria um cenário tão catastrófico que era lógico tomar medidas práticas para evitá-lo.

Ilustração de Annette Schwartsman para a coluna de Hélio Schwartsman de 6.fev.2022 - Annette Schwartsman

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