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Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Livro narra saga de adoção de filhote destrinchando a psicologia canina

Cães desenvolveram grupos musculares que lhes permitem expressões faciais "fofas"

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Muitas pessoas aproveitaram os meses de isolamento da pandemia para adotar um filhote de cachorro. Alexandra Horowitz é uma delas. Mas ela, e nisso Horowitz se distingue da maioria, é cientista cognitiva especializada em cães e escritora experiente (antes de dedicar-se à psicologia canina, ela ganhava a vida como lexicógrafa). A experiência virou livro: "The Year of the Puppy" (o ano do filhote).

Num outro lance incomum entre tutores, Horowitz teve oportunidade de acompanhar a ninhada da qual escolheria seu filhote desde o nascimento. Assim, ela vai contando como os cachorrinhos se desenvolvem a cada semana. Até a terceira semana, eles são extremamente dependentes. Precisam da mãe até para defecar e urinar. Mas vão muito rapidamente ganhando habilidades e autonomia, com as quais forjarão as experiências que constituirão sua personalidade única.

Horowitz mostra como é rica a vida psíquica dos cães. Eles apresentam até versões rudimentares de uma teoria da mente, isto é, têm consciência do que outras criaturas possam estar pensando. Sem essa competência, é difícil explicar por que eles esperam o tutor sair da sala para roubar guloseimas deixadas propositalmente a seu alcance e por que, quando o tutor volta, reagem como culpados.

A coevolução com humanos deve ter algo a ver com isso. Cães, ao contrário de lobos, desenvolveram grupos musculares, como o "levator anguli oculi medialis" e o "retractor anguli oculi lateralis", que lhes permitem expressões faciais "fofas" às quais humanos respondemos indulgentemente.O livro não é só ciência. Horowitz descreve com muito bom humor e ambições literárias como Quid (forma abreviada de Quiddity, quidade), a filhotinha que escolheu, foi pouco a pouco se integrando à família, composta por ela, marido, filho, dois cães mais velhos e um gato. Fala também do horror vivido pelos esquilos, aos quais Quid até hoje não dá sossego.

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