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Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Descrição de chapéu Copa do Mundo 2022

Copa do Mundo tem semifinais dos sonhos; dos outros

Final Croácia x Marrocos seria um murro nos negócios do futebol, mas também a possibilidade de rever métodos

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Marrocos está nas semifinais, e como sonhou com a façanha. Enfim, uma seleção africana chega tão longe ao jogar o futebol que poderia jogar, ao fazer da superação anímica o fator preponderante de sua campanha que deixou pelo caminho forças como a Bélgica, Espanha e Portugal.

A Croácia, que ficou atrás de Marrocos no grupo, embora tão invicta como os africanos/árabes, também realizou o sonho de voltar às semis como em 2018, graças ao feiticeiro Modric, capaz de estar em todos os lugares do gramado, aos 37 anos, mesmo ao fim de 120 minutos de futebol.

Assim como a Argentina de Lionel Messi, que já esteve numa e faz questão de ir adiante, como foi no Brasil, em 2014.

Respeitar os croatas será o mínimo que farão os argentinos depois do susto contra a Holanda, quando um jogo liquidado virou pesadelo, virou tango, graças à cobrança genial de falta arquitetada pela cabeça inquieta do polêmico Van Gaal, que caiu fora pela segunda vez sem perder jogo algum, como em 2014.

Quiseram os deuses dos estádios que novamente os argentinos fossem os algozes, desta vez nas quartas de final e não nas semis, como em Itaquera.

Aloysius Paulus Maria van Gaal, conhecido como Louis van Gaal, mas que bem poderia ser chamado, em holandês, de Gek van Gaal, como Loco Bielsa, tem humor estranho, é marrento, contraria a ofensividade e a rotação permanente dos gênios Rinus Michels e Johan Cruyff, e obtém bons resultados, sem levar os holandeses ao título mundial.

Finalmente, está aí a França mais uma vez nas semifinais, o que está ficando monótono para ficar ao feitio de uma certa ideia de França.

Sem N’Golo Kanté, sem Paul Pogba, mas com Tchouaméni, sem Karim Benzema, sem Presnel Kimpembe, sem…, mas com Kylian Mbappé.

Se Jairzinho foi o Furacão da Copa de 1970, Mbappé é o Tsunami da de 2022.

Sobraram três números 10 para homenagear e fortalecer a torcida do mundo pela recuperação do maior de todos.

Mbappé, Messi e Modric carregam nas costas as notas que os mais exigentes professores da bola a eles conferem com louvor.

Que final teremos? Argentina e França em luta pelo tricampeonato é a esperança e a aposta do Planeta Bola.

E se der Croácia x Marrocos?

Jogadores de Marrocos, em êxtase com a classificação para as semifinais, celebram com o técnico Walid Regragui - Patricia de Melo Moreira/AFP

Seria um murro nos negócios do futebol, mas, ao mesmo tempo, a possibilidade de revisão dos métodos predominantes nesse esporte mais popular da Terra, em franco processo de gentrificação, como o Qatar demonstra cabalmente.

Sem necessidade de odiar o futebol moderno, o futebol raiz pediu e ganhou passagem nesta Copa do Mundo.

Nem Messi, nem Mbappé foram vistos se deliciando com churrascos de ouro, Modric muito menos.
Saiss, o capitão marroquino, prefere enfaixar a coxa para continuar em campo, beliscar o calcanhar do adversário se necessário for, enfrentar Cristiano Ronaldo como se fosse Dom Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir. E vencer.

O sonho brasileiro do hexacampeonato ficou pelo caminho, pela quinta vez seguida, ao repetir o hiato havido entre 1970 e 1994.

Menos mal que a vitória mais importante para os brasileiros em 2022 já havia acontecido, em 30 de outubro.

Não é preciso ganhar sempre no futebol, nem é edificante perder sempre, dura realidade para os que não têm mundial.

Quem sabe o hexa venha na próxima, com competência, alegria e, sobretudo, simplicidade, a melhor maneira de ser sério sem ser mal-humorado.

A palhaçada anda demasiada, além da terminologia rebuscada.

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