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Melhor vinho para tomar com carne depende de cada preparo e ocasião

Tento convencer inutilmente as pessoas a beberem rieslings com carne de porco ou frango

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Turista prova vinho em visita a vinícola no Chile - Martin Bernetti/AFP

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Entre as três perguntas que mais me fazem está, em destaque: “Que vinho combina com carnes?”. As outras duas campeãs são: “Um vinho de preço bom?” e “O que bebo com feijoada?”.

Respondo, polidamente, com outra pergunta: de que carne estamos falando?

É só uma brincadeira, eu sei bem que o que me pedem é um vinho para churrasco e os tintos são melhores, claro. Apesar de abrir exceção e tentar convencer inutilmente as pessoas a beberem rieslings com carne de porco ou frango, feitas na parrilha.

Tinto é uma resposta tão genérica que preciso detalhar. Pois há tintos mais pesados, mais fortes em álcool, com muita fruta madura, gosto intenso de carvalho e os mais magrinhos, elegantes, delicados, com acidez mais presente, como alguns pinots noirs.

Com vinho acontece o mesmo que com qualquer assunto. Você cisma com uma coisa e fica perseguido por ela um tempo, lê todos os livros de um autor, ou só escuta uma canção até rachar.

Estou no momento da uva syrah chilena. Encontrei prazeres nela que não esperava e tenho bebido seguidamente syrahs e me encantado.

Almocei recentemente no Fuegos de Apalta, de Francis Mallmann, que fica dentro da vinícola Montes, no Chile. Tinha provado todos os vinhos da empresa antes de ir ao restaurante, terminando com dois de seus ícones.

O Purple Angel, que é carménère, e o Montes Folly, que é syrah (o nome veio da maluquice que pareceu querer plantar syrah ali, todos diziam que era doideira).

Terminada a degustação, meus anfitriões perguntaram o que eu queria beber com a comida. Escolhi esses dois e eles combinaram muito bem com os grelhados que são quase queimados por fora e suculentos por dentro.

Mas syrah não é uma uva muito popular entre nós, e os preços dos melhores rótulos não são muito convidativos. 

Se for um churrascão bem festivo, daqueles que a carne vai saindo aos poucos, que começa no almoço e segue noite adentro, perca o preconceito. Compre um bag in box de cinco litros, com torneirinha mesmo, e seja feliz.

Se for uma refeição sentada, com poucas pessoas, uma carne grelhada e acompanhamentos, escolha um merlot brasileiro ou um malbec argentino de boa qualidade.

Caso seja alguma receita com molhos densos, como filés à parmegiana ou o clássico polpetone, vá de sangiovese. Um bom Chianti Classico dá conta, enfrenta tomates, cremes e tudo mais.

E se quiser embarcar na minha mania atual e estiver com espírito para novidades, recomendo os syrahs da minha lista de favoritos: o Cuvée Alexandre da Lapostolle, o Viña San Pedro 1865 do Vale de Elqui, o De Martino Alto Los Toros e qualquer um da Viña Polkura.

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