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O professor de matemática que foi primeiro-ministro

Visconde do Rio Branco, pai do Barão, tornou-se doutor em 1846

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O filho foi barão e, como patrono da diplomacia brasileira, é uma das figuras mais famosas da nossa história. Já o pai, apesar de ter chegado a visconde e prestado serviços ainda mais ilustres à nação, é hoje um desconhecido do grande público.

Político de sucesso, o Visconde do Rio Branco desempenhou diversas funções no Exército e na administração, culminando com a presidência do conselho de ministros, que ocupou de 1871 a 1875. Esse foi um dos governos mais longevos do Segundo Império, distinguido também pela promulgação da Lei do Ventre Livre. Mas de profissão o Visconde era mesmo... professor de matemática!

José Maria da Silva Paranhos (1819–1880), Visconde do Rio Branco, nasceu em Salvador (BA). Seu pai, um rico comerciante e proprietário português, permaneceu do lado de Portugal na época da Independência, o que o levou à ruína econômica.

José Maria da Silva Paranhos (1819–1880), Visconde do Rio Branco - Reprodução

Aos 16 anos, o jovem Paranhos foi estudar no Rio de Janeiro: ingressou na Academia da Marinha, mas logo mudou para a Escola Militar (EM), principal instituição de ensino superior do país, a única que oferecia formação avançada em matemática. Para se sustentar, deu aulas particulares, durante nove anos, até se formar como engenheiro militar, em 1845. No ano seguinte, tornou-se doutor em ciências matemáticas, sendo essa a primeira ocasião em que a EM concedeu títulos de doutor.

Pela via do jornalismo, logo ingressou na política, mas permaneceu como professor até 1875. Mesmo depois que saiu da sala de aula, nunca esqueceu as questões da educação.

Em 1848, vice-governador do Rio de Janeiro em exercício interino do governo da província, fez aprovar um projeto que reestruturava o ensino primário e criava o ensino médio, em alternativa ao ensino secundário tradicional, que visava apenas a preparação para ingresso no ensino superior. Teria ampliado o acesso à educação a classes menos favorecidas, mas requeria recursos para a construção de escolas e a formação e contratação de professores, que não se materializaram. Ficou no papel.

Em 1858, a EM foi desmembrada em duas instituições, das quais a Escola Central aceitava também alunos não militares. Sob a influência do Visconde, em 1874, a Escola Central migrou para a esfera estritamente civil, dando origem à Escola Politécnica, a mais antiga escola de engenharia das Américas e uma das primeiras no mundo.

Essa iniciativa teria continuidade mais tarde com a criação de escolas politécnicas em São Paulo, Recife e outras cidades. Com elas, se abria uma nova fase para o ensino superior da matemática no nosso país.

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