Siga a folha

Jornalista foi repórter da Ilustrada, correspondente em Londres e editor de Fotografia.

Descrição de chapéu

A intervenção dos profissionais

Medida foi anunciada antes que o interventor tivesse um plano estruturado

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

 
O ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral) em seu gabinete no Palácio do Planalto, em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress

Em um ano de eleição, num Rio apavorado pela criminalidade, um candidato surgiu prometendo acabar com a violência da cidade em seis meses. Seu nome: Wellington Moreira Franco.

Isso aconteceu em 1986, na primeira eleição em que a segurança pública se tornou o tema dominante na campanha. Era a época do governo de Leonel Brizola, acusado de ser leniente com o crime e de ter desmantelado as polícias fluminenses. O peemedebista Moreira Franco venceu o brizolista Darcy Ribeiro e, ao fim de cinco anos de mandato, tornou-se um dos governadores mais impopulares que o Rio tivera até então.

Os principais índices de violência pioraram durante seu governo —os homicídios aumentaram, assim como os roubos e furtos. Mais do que isso, a truculência policial e a ação de grupos de extermínio, notoriamente na Baixada Fluminense, tornaram-se notórias.

Mais de três décadas depois, o agora ministro Moreira Franco é um dos artífices da intervenção decretada no Rio. Não é mais um amador, como fez questão de frisar em entrevista à Marina Dias, nesta Folha. Em vez de seis meses, vai trabalhar com um prazo de dez. "Temos que dar algum tempo ao interventor, que está trabalhando na estruturação de um plano e, evidentemente, vamos ter resultados positivos porque foi uma decisão técnica", disse o ministro.

Chama a atenção, nessa decisão técnica tomada por profissionais da política, que ela tenha sido anunciada antes que o interventor tivesse de fato um plano estruturado. Os efeitos foram imediatos: com a segurança do Rio acéfala —o ex-secretário estadual renunciou e o interventor militar não assumiu—, uma rebelião estourou em presídio. Ainda coisa pequena, comparada ao estrago possível.

Mas fiquem tranquilos os fluminenses. A intervenção não está a cargo de amadores.

 

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas