Siga a folha

Jornalista e roteirista de TV.

O bolsonarismo e a censura do vermelho

Pela lógica deles, meu esmalte preferido se chamaria 'Comunistona Piranha'

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Jornalistas da RicTV, afiliada da Record no Paraná, teriam sido proibidos de usar vermelho no trabalho, segundo o Sindicado dos Jornalistas do Norte do estado. A entidade acusa a emissora de ter demitido uma apresentadora que, além de ter cometido o pecado de usar a cor censurada, teria se envolvido numa confusão com o deputado bolsonarista Felipe Barros --e ele teria pedido sua cabeça. Um democrata...

Não é a primeira vez que a Record aparece no centro de uma polêmica que envolve a escala Pantone. Uma participante de "A Fazenda" teria sido vetada de aparecer na estreia do reality com roupas vermelhas. Talvez seja o que resta ao bolsonarismo, tentar barrar a vitória de Lula prometendo asilo aos padres da Nicarágua, como fez Bolsonaro na ONU, ou interceptando o que eles devem considerar comunicação semiótica de guerrilha. Agora vai.

O vermelho é a cor do PT desde a fundação do partido, associado à esquerda revolucionária, mas é também da direita americana, que adotou a cor por uma questão midiática. Na década de 1990, os canais de TV passaram a associar republicanos e democratas ao vermelho e ao azul para facilitar a visualização nos mapas ilustrativos eleitorais. Só isso.

Além das referências políticas, estou para conhecer cor mais capitalista, marca registrada da Ferrari, do McDonald's, da Netflix, da Time, da Marvel e da Coca-Cola. Escrevo este texto com as unhas vermelhas. Um vermelho bem "cheguei", batizado de "Tapete Vermelho" pela indústria do esmalte, a mais criativa para dar nomes aos produtos. Costumo variar entre "40 Graus", "Vermelho Ivete" e "Big Apple Red". Por que ninguém pensou em "Che", "Praça Vermelha", "Comunistona Piranha"?

É minha cor preferida. Meu carro era vermelho, tenho móveis vermelhos, acabo de pintar a porta do elevador do meu andar com uma tonalidade cabine telefônica londrina. Se pensarão que isso significa "fora, Bolsonaro", tudo bem.

Charge publicada na página Opinião em 20 de setembro de 2022 - Benett

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas