Jornalista e roteirista de TV.
O feminismo abandonou as judias
Vítimas israelenses não merecem a mesma atenção que as palestinas
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A UN Women, braço da ONU dedicado à igualdade de gênero e ao empoderamento feminino, tem se esforçado para mostrar o impacto devastador na vida de mulheres e meninas palestinas, vítimas da guerra entre Israel e o Hamas. No último relatório sobre o conflito, já eram quase 800 mil desabrigadas, 2.000 viúvas. Uma tragédia.
A secretária-executiva do órgão, Sarah Hendricks, tem batido na tecla do cessar-fogo e do acesso à ajuda humanitária e a serviços para prevenção da violência contra mulheres na Faixa de Gaza. Mais de uma dezena de artigos estão disponíveis no site da entidade.
Infelizmente, as vítimas israelenses não merecem a mesma atenção. Na página da entidade não há um único texto sobre as atrocidades sofridas por mulheres no massacre do dia 7 de outubro. Não é um caso isolado, é o retrato de como as organizações internacionais, ativistas e jornalistas dedicadas à cobertura de gênero estão se lixando para as judias.
Três dias depois da selvageria cometida nos kibutzim e na rave Supernova, chamei atenção para a falta de posicionamento de colegas feministas sobre o estupro como arma de guerra do Hamas, registrado na imagem da germano-israelense Shani Louk, seminua, na caçamba de uma camionete. O mesmo silêncio tem sido apontado agora por um novo movimento que cunhou a hashtag #MetooUnlessUrAJew (metoo, a não ser que você seja judia).
Não é exagero falar em selvageria. Evidências, incluindo relatos de sobreviventes, vídeos e testemunhos dos terroristas, revelam que mulheres de todas as idades não foram só estupradas, foram barbarizadas. Vítimas carregadas sem roupa, violadas por fileiras de homens, seios decepados, cabeças como troféus nas mãos dos estupradores. Exagero? Shani Louk foi identificada pelo crânio, seu corpo não havia sido encontrado. Nenhuma hashtag foi levantada pela turma do #metoo por sua morte ou de qualquer outra judia. Nenhuma palavra.
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