Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Descrição de chapéu Todas guerra israel-hamas

Lula para o Prêmio Nobel da Paz

Exército israelense não estupra, não mata pais na frente de filhos, não decapita gente viva

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O presidente Lula demorou 13 dias para dar nome ao que o Hamas é, um grupo terrorista. Talvez apenas tenha sido cuidadoso e esperado orientação na escolha das palavras ao se referir aos autores do massacre de 7 de outubro. Ou tenha ficado desconfortável de se posicionar diante de eleitores e de parlamentares que apoiam abertamente radicais que estupram, esquartejam e queimam pessoas vivas. Nunca saberemos.

O que sabemos é que bastou o desembarque de brasileiros e palestinos, vindos de Gaza, para que Lula comparasse a barbárie premeditada, planejada, executada com toda crueldade ao resultado trágico de um conflito. Para Lula, "Israel também está cometendo vários atos de terrorismo". Confunde supostos crimes de guerra, aos quais Israel poderá responder no futuro, com terrorismo puro.

A discussão sobre a resposta de Israel aos ataques terroristas é legítima, assim como a indignação pelo número de palestinos mortos. Não há quem não se comova com cenas de bairros destruídos, famílias destroçadas, desabrigadas, sem o menor vislumbre de futuro. Mas não é papel de um presidente abraçar discurso de rede social. Isso não o deixa mais perto do Prêmio Nobel da Paz, que seus apoiadores acham que ele merece.

Terrorismo é uma palavra muito mais nova do que aquilo que nomeia. Por definição é o uso sistemático de violência para criar um clima de medo generalizado por meio de assassinatos, massacres, raptos, atentados. Apesar de ser empregado como método desde a Antiguidade, como substantivo remonta à Revolução Francesa, ao terror dos jacobinos e de suas guilhotinas.

Foi o que o Hamas fez. Não há notícias de que o Exército de Israel, por mais letal e condenável que seja sua ação, esteja estuprando mulheres, arrastando-as pelas ruas, assassinando pais na frente de filhos e vice-versa, queimando e decapitando gente ainda viva, com o único objetivo de aterrorizar as pessoas e pelo prazer de matar.

Em Washington, manifestante pede a libertação dos reféns do Hamas - Roberto Schmidt/AFP

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