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Jornalista e roteirista de TV.

A lição de Rebeca e Biles

No esporte, um senso de comunidade aproxima e une as mulheres

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A reverência das ginastas Simone Biles e Jordan Chiles a Rebeca Andrade marcará a história das Olimpíadas. A cena potente e delicada é a celebração do talento, o reconhecimento do valor da adversária. Mas, ao contrário da estupefação do público e do questionamento da imprensa sobre o ato das americanas, não me surpreendi. Mulheres esportistas, amadoras ou profissionais, são as que menos competem na vida e são das poucas exceções à regra da rivalidade feminina.

Terminada a competição, revelado o resultado, a disputa termina porque ela só existe no tablado, nas quadras, nas pistas, nas piscinas. A superioridade não é subjetiva, é mostrada por meio de pontos, do cronômetro, de manobras, de gols.

Não tem a ver com parâmetros pré-estabelecidos de beleza, de simpatia, de sensualidade, usados como moeda de troca. No esporte, nada disso faz diferença, a mulher é mais do que um corpo, o que desafia a lógica a que estamos expostas.

Desde cedo, muitas meninas são bombardeadas por mensagens de padrões estéticos e comportamentais específicos. Além disso, a limitação de oportunidades iguais para mulheres leva a uma percepção de escassez, onde elas sentem a necessidade de competir por recursos limitados, sucesso e aceitação.

Historicamente, era para garantir o melhor casamento, agora a dinâmica se repete no mercado de trabalho, numa sociedade que, em vez de promover a solidariedade e o apoio mútuo, muitas vezes incentiva a rivalidade e a comparação.

No esporte, um senso de comunidade aproxima e une as mulheres, que transcende barreiras culturais, linguísticas e sociais. Rebeca, Simone e Chiles, além de compartilharem objetivos comuns, têm consciência dos desafios que enfrentam, das lesões que superam, dos sacrifícios a que se submetem. São os princípios fundamentais da sororidade: respeito, compreensão e empoderamento coletivo. Foi o que vimos no pódio.

Simone Biles, Rebeca Andrade e Jordan Chiles no pódio - AFP

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