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Violência contra a mulher no país de Berlusconi

Itália debate violência contra mulheres enquanto ex-premiê flerta com a Presidência

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Homenagens, campanhas, números alarmantes. O Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, nesta quinta (25), recebeu razoável atenção na Itália, onde os casos de feminicídio cresceram 8% entre janeiro e 21 de novembro, em maior taxa do que os homicídios em geral. Uma mulher morta a cada três dias, 85% delas assassinadas no âmbito familiar e afetivo.

Está longe de ser um problema localizado, mas a Itália tem suas peculiaridades. Aqui, só metade das mulheres (52,7%) estava no mercado de trabalho em 2020, o segundo pior lugar na União Europeia, à frente da Grécia. Exemplo de como a desigualdade de gênero funciona no país e indício de que a dependência econômica tem conexão com a violência doméstica. Muito se fala em como reverter esse quadro histórico, inclusive com dinheiro do plano europeu de recuperação da crise do Covid-19, do qual a Itália é a maior beneficiária.

Boas intenções e belas palavras. Autoridades deram, nesta quinta, suas declarações consternadas, e um pacote de medidas contra agressores está prometido para a semana que vem. "A violência contra as mulheres tem origem em uma visão distorcida da relação entre homem e mulher, que a vê como objeto", disse o presidente da República, Sergio Mattarella.

Mas é justamente dali, do mais alto posto institucional, que pode vir outra humilhação. Até fevereiro, o Parlamento escolherá o substituto de Mattarella. Há quem trabalhe para emplacar a primeira mulher no cargo. Nos bastidores, também corre o nome de Silvio Berlusconi, ex-premiê que já foi alvo de dezenas de processos na Justiça, um deles pelo crime de prostituição infantil, do qual foi absolvido.

O mesmo Berlusconi que já convidou empresários a investir na Itália por causa das "belíssimas secretárias". E que, há poucos dias, ao comentar a possibilidade de uma presença feminina no Palácio do Quirinal, afirmou: "Seria preciso a imagem de uma mulher protagonista do mundo político, social, cultural e econômico, mas me parece que não tem".

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