Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

Antonia Pellegrino e Heloísa Starling fazem podcast sobre mulheres na independência do Brasil

Produção é da Globoplay e deve estrear em agosto

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A roteirista Antonia Pellegrino e a historiadora Heloísa Starling preparam um podcast que contará a história de mulheres que foram importantes para a independência do Brasil, mas não ganharam as páginas de livros de história. Intitulada "Mulheres na Independência", a produção é da Globoplay e deve estrear em agosto.

FRONT

"Cada episódio do podcast vai contar a história de uma heroína brasileira no front das lutas pela nossa independência. São mulheres que fizeram o mais proibido, até hoje, para uma mulher: se meter na política", diz Pellegrino.

O famoso Grito do Ipiranga não resume toda a movimentação em torno da Independência do Brasil. Embora tenha sido resultado de uma articulação protagonizada pela elite brasileira, é possível elencar uma série de fatores que propiciaram o clima para a emancipação do Brasil em relação a Portugal, processo que se inicia em 1822 e vai terminar apenas em 1825. Na pintura em destaque, de 1844, óleo sobre tela do francês radicado no Brasil François-René Moreaux idealiza cena da proclamação da independência. Revista de História da Biblioteca Nacional/François-René Moreaux

Desde a vinda da família real portuguesa para o Brasil, ganhava corpo, de acordo com as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloisa Starling, um processo de abrasileiramento do então regente dom João, futuro rei dom João 6º, aqui representado na gravura de Giuseppe Gianni (1830). Acervo da Biblioteca Nacional (Brasil)/Giuseppe Gianni

A condição de governar o império ultramarino português a partir de uma colônia fez com que o Brasil fosse alçado, em 1815, à categoria de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Na imagem, litogravura de Jean-Baptiste Debret e Thierry Fréres (1834) registra aclamação de dom João 6º no Rio de Janeiro, a primeira coroação de um monarca nas Américas; cerimônia ocorreu em fevereiro de 1818. Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo/Jean-Baptiste Debret e Thierry Fréres

Esse novo status, especialmente econômico, não era uniforme em todo o território. Em diversas regiões do Brasil, a insatisfação com a monarquia crescia frente ao aumento da cobrança de impostos e às más condições de vida. No final do século 18, circunstâncias semelhantes motivaram pelo menos dois movimentos separatistas: as conjurações mineira (1789) e baiana (1798), essa última também abolicionista. Em destaque, óleo de Leopoldino Faria (1900) retrata a resposta de Tiradentes ao abrandamento da pena dos demais inconfidentes, que foram apenas exilados, e não mortos. Coleção Museu Histórico Nacional/Leopoldino Faria

Nesse contexto, em março de 1817, eclode a Revolução de Pernambuco. Diferentemente dos outros movimentos, a revolta teve algum sucesso, mas por um curto período --instituiu, por quase três meses, uma república independente na capitania. Mesmo tendo sido derrotado em maio, o movimento ilustra como a fagulha da liberdade já rondava o território. Na tela de Antônio Parreiras (1927), cena da execução de líderes da revolução, em 1817. O Exército na História do Brasil/Antônio Parreiras

Do outro lado do Atlântico, portugueses viam com desconfiança essa mudança de centralidade do governo para a porção americana do reino. Esse foi um dos motivos que resultaram na Revolução Liberal do Porto, aqui representada na pintura de Roque Gameiro (1917). O movimento de 1820 propunha o estabelecimento de Cortes eleitas para a regência do país ibérico, numa espécie de monarquia constitucional, e o imediato regresso da família real a Portugal. Wikimédia Commons/Roque Gameiro

Em 1821, dom João 6º e sua corte regressaram ao país de origem, deixando o filho Pedro no comando do território brasileiro. Aqui, o regente é representado em gravura de Giuseppe Gianni, realizada entre 1830 e 1840. Acervo Biblioteca Nacional (Brasil)/Giuseppe Gianni

No intuito de reverter os atos políticos de dom João 6º e rebaixar a importância política do Brasil, as Cortes portuguesas decidiram, em setembro de 1821, que o príncipe regente deveria retornar à metrópole. Nos primeiros meses de 1822, Pedro amadurece a ideia de permanecer no Brasil, contrariando as Cortes. Em destaque, gravura de Thierry Frères e Jean-Baptiste Debret (1839) apresenta o Rio de Janeiro do século 19; o Paço Real, casa de despachos do regente, está à esquerda. Acervo Biblioteca Nacional (Brasil)/Thierry Frères e Jean-Baptiste Debret

No primeiro semestre de 1822, uma série de acontecimentos acentuou o distanciamento entre Portugal e Brasil. Em 3 de junho de 1822, no rumo da construção de uma administração para o território, foi convocada uma Assembleia Constituinte, no Rio. Sua sessão inaugural, entretanto, só aconteceu no ano seguinte. Nos gabinetes e nas ruas, a Independência parecia irreversível. Acima, gravura de Robert Walsh, de 1830. Revista de História da Biblioteca Nacional/Robert Walsh

Foi então que, em 28 de agosto de 1822, chegou uma embarcação de Lisboa com mensagens que, além de ordenar o retorno imediato do regente, acusavam de traição os ministros ao redor de Pedro. Na ausência dele, a princesa Leopoldina, ao lado de José Bonifácio, reuniu o conselho para discutir os próximos passos, que culminariam na independência brasileira. Ela enviou uma carta a Pedro alertando-o sobre a urgência da situação. Em destaque, tela "Sessão do Conselho de Estado" (1922), de Georgina de Albuquerque. Reprodução/Georgina de Albuquerque

A mensagem chegou a Pedro quando o regente estava a caminho de São Paulo, próximo ao rio Ipiranga. Naquele 7 de setembro, aquele que viria a se tornar o primeiro imperador do Brasil se irritou com as notícias da metrópole, tirou a fita com as cores portuguesas que carregava no chapéu e bradou: Independência ou morte! Estamos separados de Portugal. O clássico quadro de Pedro Américo (1888), em destaque, escolhe eternizar a cena como um ato de heroísmo e celebração, mas pesquisadores apontam inverdades e exageros na pintura. Museu do Ipiranga/Pedro Américo

O Grito do Ipiranga foi apenas o primeiro passo para a constituição de um Estado. Portugal reconheceria a independência do Brasil apenas em 1825, com a formalização do Tratado de Paz, Amizade e Aliança. Nesse entremeio, o Brasil seria palco de intensa guerra, principalmente nas províncias onde ainda existia grande contingente de soldados portugueses, como a Bahia e o Piauí. Em destaque, o mural 'O Primeiro Passo para a Independência da Bahia', de Antônio Parreiras (1931). Ramon Lebre/Secult-GovBa/Antônio Parreiras

Diferentemente do Rio, a Bahia foi cenário de diversas batalhas. Durante 16 meses, entre fevereiro de 1822 e julho de 1823, tropas brasileiras e portuguesas se enfrentaram pelo controle do território. Um episódio marcante foi o assassinato da freira Joana Angélica, morta na entrada do convento da Lapa quando tentava impedir que soldados portugueses invadissem o local. Na Bahia, celebra-se a independência em 2 de julho --nessa data, em 1823, os brasileiros ocuparam Salvador após fuga dos portugueses. Acima, imagem de autoria e data desconhecida registra os momentos finais da abadessa. Wikimédia Commons/Autor desconhecido

A Independência consagrou a vitória de uma das muitas propostas de Brasil que estavam em disputa à época. Diferentemente dos vizinhos latino-americanos, prevaleceu o projeto monárquico frente às ideias republicanas e constitucionais. Restava então criar uma nação e uma identidade brasileira que desse conta das dimensões de um Império continental, como tenta a litografia de Jean Baptiste Debret (1839) reproduzida acima. Na obra, uma mulher mestiça sentada num trono representa o Brasil independente. Ao seu redor, pessoas brancas, negras e indígenas depositam suas armas e se curvam à nova nação.. Acervo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM)/Jean Baptiste Debret e Thierry Frères

TERCEIRO SINAL

A secretária municipal de Cultura de São Paulo, Aline Torres. Folhapress/Gabriel Cabral

O diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron. Folhapress/Gabriel Cabral

O diretor regional do Sesc-SP, Danilo Santos de Miranda. Folhapress/Gabriel Cabral

O secretário estadual de Cultura e Economia Criativa de SP, Sergio Sá Leitão. Folhapress/Gabriel Cabral

O idealizador e diretor-geral da MITsp, Guilherme Marques. Folhapress/Gabriel Cabral

O diretor da Biblioteca Mário de Andrade, Jurandy Valença. Folhapress/Gabriel Cabral

O idealizador e diretor artístico da MITsp, Antonio Araujo. Folhapress/Gabriel Cabral

A secretária municipal de Cultura de São Paulo, Aline Torres, compareceu à abertura da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp), realizada no Sesc Pinheiros, na capital, na quinta-feira (2). O evento ocorre até o dia 12 de junho.O diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, e o diretor regional do Sesc-SP, Danilo Santos de Miranda, também estavam lá.

_{com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH}

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