Mônica Bergamo é jornalista e colunista.
David Uip deixa PSDB depois de 'bolsonarização' do partido
Médico era filiado há 27 anos
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O infectologista David Uip decidiu deixar o PSDB depois de 27 anos de militância em que se transformou na maior referência do partido na área da Saúde.
No cargo de secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do governo de São Paulo, Uip tomou a decisão, segundo a coluna apurou, por causa da "bolsonarização" da legenda.
No segundo turno das eleições, diversas lideranças do partido anunciaram apoio a Jair Bolsonaro, e algumas chegaram a posar com a foto do ex-prefeito Bruno Covas ao lado do então candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas–o que gerou protestos da mãe e do filho do ex-prefeito, morto em 2021.
Uip coordenou o Centro de Contingência contra a Covid-19 no governo de João Doria, e liderou a resistência dos médicos de São Paulo ao negacionismo de Bolsonaro.
Por causa disso, foi atacado diretamente pelo presidente da República e chegou a ter a sua receita pessoal de medicamentos divulgada ilegalmente em redes sociais quando se tratou da Covid-19.
O médico e sua família chegaram a receber ameaças de morte.
Uip enviou um ofício pedindo sua desfiliação ao presidente do partido, Marco Vinholi, no dia 27 de outubro, quando o resultado do pleito ainda era incerto.
No pedido de desligamento, "irrevogável e irretratável", conforme documento enviado à sigla, o infectologista alegou motivos de ordem pessoal para a sua saída.
Nas quase três décadas em que esteve na legenda, Uip foi assessor especial do governador Mário Covas e secretário da Saúde do ex-tucano Geraldo Alckmin, eleito no domingo vice-presidente da República.
Na gestão de Doria, coordenou o Centro de Contingência contra a Covid-19 e depois foi convidado para comandar a secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde.
O nome do médico entrou na lista de cotados para assumir o Ministério da Saúde no novo governo de Lula. Ele é próximo de Alckmin.
A pasta, no entanto, sempre esteve com o PT nos governos do partido, ou foi preenchida por alguém da cota pessoal de Lula.
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