A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), que integra a CPI do MST como suplente, apresentará um requerimento de convocação do delegado Alexandre Saraiva, ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, para um depoimento junto ao colegiado.

A expectativa é que Saraiva possa dar detalhes de sua experiência no combate à grilagem, ao garimpo, ao desmatamento e à corrupção de agentes públicos na região amazônica. Mas o alvo é, sobretudo, o ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), relator da CPI.

Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o delegado entrou em atrito com o então ministro por causa da maior apreensão de madeira da história do Brasil.

Salles insistia que se tratava de produto legal. Saraiva, por sua vez, acusou o ministro de atuar em favor de madeireiros com cargas apreendidas e enviou notícia-crime ao STF (Supremo Tribunal Federal). O embate levou ambos a perderem os seus cargos.

"Não é razoável que o relator da CPI do MST seja o pior ministro do Meio Ambiente que o Brasil já teve. Ricardo Salles coleciona diversas denúncias contra ele, envolvendo medidas que atacam o meio ambiente e que atendem aos interesses de madeireiros, garimpeiros e do agronegócio. Acusado, inclusive, de criar obstáculos a uma investigação federal", afirma Talíria Petrone.

"Queremos ouvir do delegado Alexandre Saraiva detalhes sobre essas ações ilegais de grilagem, desmatamento e corrupção, que contaram com a conivência de Salles e de outros agentes públicos que compunham o governo Bolsonaro. Estamos nessa CPI reafirmando nosso apoio ao maior movimento social da América Latina e à luta por reforma agrária e por comida sem veneno", diz ainda a parlametnar .

O requerimento de convocação, que também é assinado pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), titular da comissão, deve ser votado na próxima quinta-feira (25).

_{com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH}