Siga a folha

Descrição de chapéu Eleições 2024

Bolsonaro e filhos recuam e cessam ataques a Marçal

Reações negativas do eleitorado de direita surpreenderam ex-presidente e seus aliados, que enfrentam dificuldade para calibrar as críticas

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

A família e os principais aliados de Jair Bolsonaro (PL) cessaram desde sábado (24) os ataques ao coach Pablo Marçal (PRTB).

O ex-presidente foi além, e chegou a criticar a decisão da Justiça Eleitoral que tirou as redes do candidato a prefeito do ar.

Marçal foi acusado de abuso de poder econômico pelo PSB, partido da também candidata Tabata Amaral (PSB), ao promover cortes monetizados de vídeos.

Pablo Marçal e Jair Bolsonaro em foto no Instagram de Marçal - @pablomarcal1 no Instagram

"Independente de quem tenha a rede censurada, eu não compactuo com essa prática, porque cada vez mais vai se tornando uma rotina. Daqui a pouco estamos todo mundo aí censurado", escreveu Bolsonaro, apoiado na sequência por seus filhos Eduardo e Carlos Bolsonaro.

A coluna conversou com três aliados do núcleo mais próximo de Bolsonaro, e ouviu diversas explicações para o recuo aos ataques.

Uma delas: o ex-presidente e sua família não seguiram criticando o coach no fim de semana para não parecer que apoiam o que chamam de "censura" a ele nas redes.

Mas outras razões foram elencadas, mostrando que o bolsonarismo estaria com dificuldade de calibrar o necessário enfrentamento ao coach.

A maior surpresa para o grupo foi a reação dos eleitores identificados como de direita.

Os filhos de Bolsonaro e aliados próximos foram duramente criticados nas redes sociais por bolsonaristas ao atacarem Marçal.

A investida, portanto, não teve o sucesso esperado, diferentemente do que ocorreu no passado quando o time de Bolsonaro decidiu incinerar um adversário da direita.

Os exemplos citados são Sergio Moro (União Brasil) e Joice Hasselmann (Podemos), que sofreram investidas da família e de aliados de Bolsonaro e saíram da disputa menores do que entraram.

Marçal, ao contrário, teria crescido ao responder às críticas e ser defendido por eleitores que se identificam como de direita.

Aliados também ponderam que Bolsonaro e seus filhos não deveriam colocar ainda mais holofotes sobre Marçal ao chamá-lo para a briga.

Só o coach teria a lucrar com isso, ganhando palco e usufruindo do prestígio que a família e o ex-presidente conquistaram ao longo de décadas de militância, e depois de o patriarca ocupar a Presidência da República.

"Ao entrar nessa disputa, Bolsonaro dá a ele uma relevância que Marçal ainda não tem", diz um dos maiores aliados do ex-presidente.

Pior ainda: caso os ataques prossigam, e ele ainda assim vá ao segundo turno das eleições municipais em São Paulo, a derrota cairia no colo da família, que teria se empenhado intensamente, mas em vão em derrotá-lo. O questionamento à liderança de Bolsonaro na direita aumentaria.

Um terceiro aliado afirma ainda que a família Bolsonaro estaria tomando para si uma missão que seria do prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), candidato à reeleição.

Caberia a ele, e não ao ex-presidente e seus aliados, desconstruir o coach –algo que até agora a candidata Tabata Amaral tem feito com maior eficiência, diz o mesmo interlocutor de Bolsonaro.

Há, no entanto, um consenso: Marçal precisa ser, sim, combatido, pois sua vitória em São Paulo representaria um desafio inédito para a liderança de Bolsonaro no campo da direita. Ataques precisam voltar. Resta saber de que forma eles serão feitos.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas