"Oi. Tô embarcando". Esta foi a resposta do candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB-SP) à coluna às 7h21 da manhã desta quinta (5).

"Vai viajar para fora?", seguiu a coluna. "Sim. Encontrar um presidente", respondeu Marçal, que planeja visitar outros dois países pelo menos.

A coluna apurou que entre os lugares nos quais Marçal planejava desembarcar nesta semana estavam El Salvador, onde deve se encontrar com o presidente Nayib Bukele, e os EUA, onde tenta agendar reunião com Donald Trump e com o ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani. Javier Milei da Argentina também estava nos planos da equipe do ex-coach.

Embora o candidato não tenha divulgado a sua agenda internacional, o cinegrafista que costuma acompanhá-lo, Nahuel Medina, publicou fotos e vídeos em suas redes sociais indicando que já está em solo salvadorenho. Veja abaixo.

A coluna apurou que integrantes da equipe de Marçal e o próprio candidato estabeleceram contato com o estafe de Nayib Bukele para agendar uma reunião.

O encontro cai como uma luva para o atual momento do ex-coach, questionado por seu partido ter dirigentes investigados por supostas ligações com o PCC (Primeiro Comando da Capital), uma das organizações criminosas mais visadas do país.

O presidente de El Salvador virou um ícone da direita ao ser reeleito neste ano com 80% dos votos depois de um mandato que teve como bandeira o combate ao crime organizado.

Sob o primeiro mandato de Bukele, 70 mil pessoas foram presas e os índices de criminalidade despencaram. Apesar do sucesso, sua política de segurança é cercada por questionamentos de entidades que defendem os direitos humanos.

Marçal adota comportamento semelhante ao de Bukele e até se veste parecido com ele, inclusive usando boné, como o salvadorenho fazia em sua primeira campanha presidencial. O ex-coach também se apresenta como candidato jovem, antissistema e com experiência empresarial.

Marçal já tinha anunciado que viajaria ao exterior. Na quarta (4), ele afirmou a jornalistas que estava com viagem marcada para pelo menos três países, e que elas ocorreriam em breve. O roteiro serviria para "internacionalizar" a campanha.

A viagem aumenta a expectativa sobre a presença do candidato no 7 de setembro. O mais provável é que ele não vá ao ato. Mas integrantes de sua equipe dizem que Marçal costuma fazer viagens rápidas ao exterior, indo e voltando em pouco mais de 24 horas.

Ou seja, o mistério segue. O candidato afirmou que não confirmará se vai ou não ao ato, e que sua decisão será uma "surpresa".

A manifestação foi marcada para pedir o impeachment e até a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Marçal tem evitado atacar o magistrado e o Judiciário.

_{com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH}