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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Continência da PM que bolsonaristas dizem que foi para eles acontece desde 2015 e em todo o estado de SP

Policiais homenagearam colega que morreu em serviço, mas apoiadores do presidente tentaram se apropriar

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A cerimônia de prestar continência e ligar as sirenes das viaturas é uma tradição da Polícia Militar de São Paulo que é colocada em prática desde 2015 sempre que um membro da corporação morre em serviço.

Chamada de "Um Minuto de Sirene", a homenagem foi institucionalizada na corporação na gestão do coronel Ricardo Gambaroni, que foi comandante-geral da PM paulista entre 2015 e 2017.

Por isso, diferentemente do que sugeriu o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o próprio presidente e seus aliados, como Roberto Jefferson (PTB), os policiais que prestaram continências na avenida Paulista no domingo (24) não estavam saudando o ato em defesa do presidente, mas estavam apenas seguindo uma tradição de ao menos cinco anos da PM no estado.

No sábado (23), morreu em serviço o soldado Lucas Alexandre Leite, 25. No momento em que ele estava sendo sepultado, como manda a tradição da homenagem, os policiais em serviço ligaram as sirenes de suas viaturas e prestaram continências.

"É uma homenagem ao policial que morreu defendendo a sociedade e uma forma de mostrar a sociedade que o policial morre no cumprimento da missão. Infelizmente, não é uma coisa rara no Brasil. E também chama a atenção para reforçarmos as medidas de segurança", diz o coronel Gambaroni, que hoje é superintendente do Ipem-SP (Instituto de Pesos e Medidas de São Paulo).

Policiais militares durante ação na avenida Rio Branco, no centro de São Paulo - Marcelo Justo-14.jun.2017/Folhapress

"É uma maneira de mostrar reconhecimento ao policial, que muitas vezes acha que está arriscando a vida e não está sendo visto", completa Gambaroni.

Nas gestões que o sucederam, essa forma de homenagem foi mantida.

Sobre a apropriação política que os bolsonaristas têm tentado fazer da homenagem, ele diz que não há espaço para mistura entre a instituição e a política.

"Infelizmente teve um contexto no mesmo momento, mas a homenagem era ao policial que faleceu no cumprimento do dever. Acho importante informar para não vincular essa homenagem a posicionamento político. A PM serve à sociedade e essa homenagem é uma pequena homenagem a quem deu sua vida pela causa da defesa da sociedade", diz Gambaroni.

"Que não seja desvirtuada ou cerceada essa homenagem, que cala fundo aos policiais", conclui.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo também disse que os policiais prestavam homenagem ao colega falecido no sábado (23).

Com Mariana Carneiro e Guilherme Seto

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