Principal articulador junto ao presidente Jair Bolsonaro da medida provisória que mudou o formato da negociação dos direitos de transmissão no Brasil, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, nega que o clube carioca seja o maior beneficiado pela medida.

Ele argumenta que a MP, assinada por Bolsonaro nesta quinta-feira (18), será positiva para todos os clubes e para os torcedores, que, diz, sempre poderão ver os jogos dos seus times.

"A medida abre para a livre concorrência. No Brasileiro, a Globo tinha comprado o direito de outros 11 clubes. Quando o Flamengo vai negociar, ela coloca um valor qualquer. Porque a lei mandava ter acordo com os dois clubes, não só com o mandante", diz Landim ao Painel.

"No momento que eu tenho direito de vender os jogos que eu sou o mandante, para qualquer emissora, isso passa a ter valor. Como o valor que a Globo ofereceu era baixo no entendimento do Flamengo, a gente não fechou. Mas o problema é que a gente não tinha nenhum outro comprador. Quem sai prejudicado com isso? O telespectador. Porque ele acaba não vendo. E agora vai ter concorrência. Isso é o bonito da história", completa

"Quem é beneficiado no fim das contas? É o povo. O torcedor. Vai sempre poder ver o jogo. Esse é o princípio da MP", continua Landim.

A MP foi assinada um dia após encontro de Landim com Bolsonaro, e surge no momento em que o Flamengo vive impasse nas negociações dos direitos de transmissão do Estadual do Rio com a TV Globo, constantemente atacada por Bolsonaro.

Após paralisação devido à pandemia do novo coronavírus, o Estadual do Rio retorna nesta quinta-feira (18). Antes da MP, diversos jogos do Flamengo ficariam sem transmissão, já que a Globo não detinha os direitos dos dois envolvidos, como antes determinava a lei.

Agora, o Flamengo poderá transmitir em suas redes sociais ou comercializar os direitos de transmissão das partidas em que for mandante.

Landim diz se tratar de uma mudança em benefício de todos os clubes.

"Liga para o presidente do Athetico, liga para o Bahia. A medida provisória, na verdade, não veio para o Flamengo. Veio para todos os clubes poderem sair das mãos da Globo. Viva a livre concorrência", conclui.

Com Mariana Carneiro e Guilherme Seto