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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Descrição de chapéu Eleições 2020

Polícia de SP diz que fez operação em ocupação do MTST; movimento acusa uso político

Guilherme Boulos, líder sem teto, tem identificação com o local, mas delegado descarta viés eleitoral

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Uma operação da Polícia Civil no extremo sul de São Paulo virou motivo de disputa entre as candidaturas de Bruno Covas (PSDB) e de Guilherme Boulos (PSOL).

A Polícia Civil de São Paulo prendeu em flagrante nesta quinta-feira (19) um homem que traficava drogas na zona sul, e diz que ele estava em área ocupada pelo MTST chamada Vila Nova Palestina.

O MTST, que tem Boulos como sua principal liderança nacional, nega que a operação tenha acontecido lá, e diz que a Polícia Civil, “sob comando de João Doria (PSDB)”, faz afirmação caluniosa. O movimento diz que a diligência foi feita numa área vizinha.

A operação acontece a dez dias do segundo turno das eleições, mas a polícia nega qualquer viés político (veja abaixo).

O boletim de ocorrência diz que o homem que foi preso disse atuar no tráfico local, definido por ele como “biqueira da Palestina”. A Vila Nova Palestina é uma das maiores ocupações urbanas do Brasil, e estima-se que ali morem mais de 7.000 pessoas.

O boletim afirma que a polícia montou um trabalho de inteligência por dias, “visando o combate ao tráfico de drogas no local do fato, área de ocupação pelo MTST e de conhecida incidência de tal delito”.

Visão geral da ocupação Vila Nova Palestina, no extremo sul da capital - Eduardo Knapp - 17.nov.2014/Folhapress

“A gente não tem relação nenhuma com qualquer candidato que seja. A gente faz apenas o trabalho aqui. Agora, se calhou de estar em uma área que está ligada a A, B ou C, isso não tem nada a ver com nosso trabalho policial”, conclui.

O MTST ainda repudiou em nota “a tentativa difamatória de relacionar um movimento social legítimo —e que já garantiu moradia para mais de 20 mil pessoas— a práticas criminosas”.

“Repudiamos também, de maneira enérgica, o uso político da Polícia Civil do Estado de São Paulo para tentar interferir, a 10 dias do segundo turno, nas eleições municipais desde ano”, diz a nota, assinada por Jussara Basso, coordenadora estadual do MTST e coordenadora da ocupação Vila Nova Palestina.

Boulos disse o mesmo à reportagem antes do debate na TV Bandeirantes: que existe uma inverdade e que o caso não foi na Nova Palestina, mas em uma comunidade próxima.

O texto também diz que o estatuto do movimento proíbe o uso de entorpecentes nas áreas ocupadas.Procurado novamente pela Folha após as contestações do MTST, o delegado Igarashi reafirmou que a operação aconteceu na área da ocupação.

“Tem uma rua em que fica a ocupação, chama rua Clamecy. Essa é a rua em que fica a ocupação, a invasão, o terrenos onde construíram os barracos. Esse ponto de drogas é justamente ali. Não é que a gente invadiu, cercou, entrou lá para pegar alguém. Tanto que chama biqueira da Palestina. A biqueira é de lá”, diz.

“A gente não tem como falar que é de alguém do movimento deles. Mas que pertence ali, só foi colocada ali em razão da área invadida ali, isso sem sem dúvida nenhuma”, completa Igarashi.

O ponto de drogas fica em um dos acessos a uma das vielas da ocupação, especifica o delegado.

“Em qualquer favela que você vá, os pontos de droga ficam nos acessos das favelas. Não quer dizer que a gente cercou a Vila Nova Palestina e foi fazendo uma varredura. A gente foi no ponto que a gente identificou e que pertencia, de um modo ou de outro, àquela região da comunidade e onde estavam vendendo drogas”, conclui.

Drogas e dinheiro que foram encontrados com o homem que foi preso nesta quinta (19) - Reprodução

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