Siga a folha

Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

Legado de 6.500 leitos de UTI é visto como conquista que ficou abaixo do esperado por estados

País teve expansão de 11 mil leitos durante a pandemia, mas governo federal só custeará 6.500 em 2022

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Anunciada pelo ministro Marcelo Queiroga (Saúde) nesta quinta (30), a manutenção de 6.500 dos cerca de 11 mil leitos de UTI criados na pandemia foi vista pelos estados como conquista para o Sistema Único de Saúde, mas que, enquanto legado, ficou aquém do que poderia.

Com a disseminação da ômicron e da influenza e a liberação de cirurgias eletivas que estavam represadas, os secretários de Saúde temem aumento expressivo da demanda nos próximos meses, quando leitos estarão sendo fechados.

João Azevêdo (Cidadania), governador da Paraíba, diz que terá que tirar recursos de outras áreas para manter os leitos. "Conseguimos zerar a fila de cirurgias eletivas de 12.200 pessoas, que esperavam há anos. Temos que manter o programa vivo", afirma.

Os secretários de Saúde buscavam investimento de até R$ 5 bilhões para 5.000 leitos —a conta definitiva ficou em R$ 2,6 bilhões para 6.500 leitos.

"Conquista importante para o SUS, uma vez que há déficit histórico de leitos de UTI", diz Carlos Lula, presidente do Conass, conselho dos secretários de Saúde.

Ele diz, no entanto, que o financiamento preocupa, pois o custo do leito por dia é de R$ 2.500, e o ministério pagou R$ 1.600 na pandemia. Agora o valor ficará em R$ 600.

"Era esperado um esforço nesse sentido. Infelizmente, mais uma vez, a prioridade do país não parece ser a saúde pública. Com mais R$ 2 ou R$ 3 bilhões, conseguiríamos avançar nesse sentido. Mas a prioridade alocativa parece ser sempre outra. O SUS na discussão orçamentaria está eternamente à espera de um recurso que nunca vem", completa.

Nésio Fernandes, secretário de Saúde do Espírito Santo, afirma que "a ampliação reconhece e legitima a decisão dos governadores de ampliarem a rede hospitalar do SUS. Não foi uma 'gripezinha', foram milhares de vidas salvas nos leitos que ampliamos no SUS."

Com a incorporação dos 6.500 leitos, diz, "agora precisamos de novos passos para ampliar o financiamento destes e de toda rede de leitos Covid que permanece instalada, em funcionamento e salvando vidas."

Ele afirma que a manutenção dos leitos só foi possível devido a empenho da secretaria-executiva do Ministério da Saúde e dos conselhos dos secretários estaduais de Saúde (Conass) e dos secretários municipais da área (Conasems).

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas