O Podemos, partido ao qual é filiado o senador Marcos do Val (ES), não deve aplicar sanções ao parlamentar. Internamente, embora o comportamento tenha sido reprovado, a avaliação é de que já há investigações em curso na Justiça pelas quais ele terá de responder.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a abertura de um procedimento para apurar suspeita da prática dos crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação contra ele.

Inicialmente, o senador fez uma live afirmando ter sido coagido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) a dar um golpe, depois atribuiu o plano ao ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Na terça-feira (7) afirmou ao ativista Ronny Teles ter "manipulado o noticiário nacional". A declaração foi revelada pelo jornal O Globo.

Lideranças do Podemos descartam acionar o Conselho de Ética do partido contra o senador. Para que ele responda por procedimento, seria necessário que algum filiado protocolasse uma representação, mas as denúncias estão sendo consideradas tão "sem pé, nem cabeça", que a percepção é de que não valeria o desgaste.

Em caso de sanção, a última instância seria a expulsão do partido, como aconteceu com o ex-deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei. Mas o Podemos encolheu nas últimas eleições. Na Câmara, caiu de 17 para 12 deputados; no Senado, caiu de oito para quatro, após defecções