Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant
Nunes lembra que quase perdeu votação por causa de bolsonarista indicada a vice
Sonaira foi contra reforma da previdência e disse que gestão tinha dinheiro para pagar aumento de salário do prefeito
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Em conversa no final de abril com presidentes de partidos e outros líderes políticos a respeito de sua campanha para reeleição, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) compartilhou uma lembrança amarga relacionada à vereadora Sonaira Fernandes (PL-SP), que tem sido defendida por bolsonaristas como vice na chapa.
Em 2021, ela votou contra a reforma da previdência municipal apresentada por sua gestão, que por pouco não foi derrubada na Câmara Municipal. Na sessão decisiva, a votação chegou a ficar pendente com 36 votos a favor e 18 contrários. Em nova sessão extraordinária, na sequência, o projeto foi aprovado com 37 votos, o mínimo necessário.
Entre os que votaram contra, apenas Sonaira (à época no Republicanos), Delegado Palumbo (MDB, hoje deputado federal) e Faria de Sá (PP, morto em 2022) não eram da oposição, formada por PT, PSOL e PSB.
Além disso, a vereadora criticou Nunes nas redes sociais. Ela escreveu que o projeto era "insensível", que a prefeitura tinha "grana para aumentar o salário do prefeito, dos secretários municipais e para aumentar o número de cargos comissionados", mas não para manter a aposentadoria de professores e salários de servidores e que, por isso, a política de austeridade era só "da boca para fora".
Diante de manifestação e tentativa de invasão de servidores à Câmara, dispersada pela Guarda Civil Metropolitana com bombas de gás, Sonaira escreveu que Nunes e seus aliados estavam "despertando uma fúria legítima". Ela recebeu apoio do colega Toninho Vespoli, do PSOL.
O projeto era considerado fundamental para a prefeitura do ponto de vista financeiro, diante da preocupação com as projeções de déficit na previdência, e político, dado que Nunes havia assumido a gestão seis meses antes, em maio daquele ano, após a morte de Bruno Covas (PSDB).
Sonaira se licenciou do Legislativo no início de 2023 para assumir a Secretaria de Políticas para a Mulher de Tarcísio de Freitas (Republicanos), cargo que deixou no mês passado para concorrer à reeleição no município.
Ela foi assessora do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de quem segue sendo próxima e, por isso, tem aprovação da família Bolsonaro. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve apoiar o emedebista em sua tentativa de reeleição.
A vereadora tem características consideradas eleitoralmente interessantes pelo entorno do prefeito e que também foram ressaltadas no encontro de 22 de abril de Nunes com presidentes de partidos: mulher, negra e evangélica, e por isso formaria um bloco complementar com o emedebista, dado que ele é branco, homem e católico.
Alguns dos presentes ao encontro sugeriam que Nunes encomendasse, então, uma pesquisa para medir o impacto dos comentários críticos de Sonaira em relação a ele junto ao eleitorado.
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