Siga a folha

Editado por Guilherme Seto (interino), espaço traz notícias e bastidores da política. Com Catarina Scortecci e Danielle Brant

Descrição de chapéu STF

Galípolo e Zanin pegaram carona em voos da FAB com Haddad

Diretor do BC é apontado como próximo presidente da autoridade monetária; ministro do STF é relator da ação que discute constitucionalidade de desoneração tributária

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília e São Paulo

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal), pegaram carona em voos da FAB (Força Aérea Brasileira) solicitados pelo Ministério da Fazenda em maio deste ano.

Galípolo, ex-número 2 do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, é apontado como favorito do presidente Lula (PT) para substituir o atual chefe do BC, Roberto Campos Neto. Zanin é relator da ação no Supremo que discute a constitucionalidade da lei de desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de prefeituras com até 156 mil habitantes.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista a jornalistas na sede da pasta, em Brasília - Folhapress

No caso de Galípolo, o voo que levou o diretor de Política Monetária do BC tinha sete passageiros e saiu no dia 28 de maio, antevéspera do feriado de Corpus Christi, de Brasília com destino ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, às 19h35. Galípolo, Haddad, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, e assessores compunham o grupo.

Semanas antes, em 8 de maio, Galípolo havia participado de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que resultou em decisão dividida. Campos Neto e outros quatro integrantes votaram em corte de 0,25 ponto percentual e venceram. Os quatro indicados por Lula votaram por uma redução de 0,50.

Uma das preocupações de investidores com a possibilidade de que Galípolo seja o sucessor de Campos Neto se refere à independência que ele teria ou não em relação ao governo. O atual presidente do BC é constantemente pressionado pelo presidente Lula e seus aliados para reduzir a taxa de juros.

De acordo com dados da FAB, Zanin foi um dos 11 integrantes de um voo em nome de Haddad que saiu do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, às 10h10 de 20 de maio com destino a Brasília. Três dias antes, Zanin havia suspendido por 60 dias decisão assinada por ele mesmo que derrubava a desoneração da folha de pagamentos.

Além do ministro do Supremo, o voo teve a ministra Simone Tebet (Planejamento), o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa, a secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad —casada com o ministro da Fazenda—, além de assessores de Haddad, da Presidência e do STF.

Até a carona, Galípolo havia tido duas reuniões formalmente com Haddad em 2024, sempre na companhia de outras pessoas. Em 7 de fevereiro, participou de um encontro com outro diretor do BC e entidades representativas para tratar da valorização da carreira de especialista da autarquia.

Em 12 de abril, Galípolo participou de uma reunião sobre discussões macroeconômicas com Haddad e o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, com os professores da FGV Luiz Carlos Bresser-Pereira e Nelson Marconi.

Zanin, por sua vez, não tem nenhum registro de agenda neste ano com o ministro da Fazenda.

Em nota, a Fazenda disse que "conforme contido no Art. 7º, do Decreto nº 10.267, de 05 de março de 2020, que dispõe sobre o transporte aéreo de autoridades em aeronaves do Comando da Aeronáutica, informamos que as vagas remanescentes podem ser ocupadas por qualquer cidadão."

"Assim, as solicitações para vagas ociosas são preenchidas de acordo com a disponibilidade, no caso do ministério não preencher todas as vagas. Neste caso, sendo dois funcionários públicos, o preenchimento da aeronave ainda repercute em economia aos cofres públicos."

Procurados, o STF e o Banco Central não se manifestaram.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas