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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Salim Mattar sai como vencedor após demissão de Levy do BNDES

Secretário de desestatização conseguiu emplacar seu auxiliar como sucessor no banco

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São Paulo

Quem saiu vitorioso após o episódio da demissão de Joaquim Levy da presidência do BNDES foi Salim Mattar, o secretário de desestatização do ministério da Economia.

Pessoas que conversaram com Mattar nesta segunda-feira (17) afirmam que ele se sentiu prestigiado pelo ministro Paulo Guedes, tanto por ter recebido o convite para que ele próprio assumisse o cargo quanto por ter conseguido emplacar o nome de seu auxiliar Gustavo Montezano.

O secretário de Desestatização do ministério da Economia, Salim Mattar - REUTERS

Desejado A interlocutores, Mattar teria dito que recebeu e recusou o convite para a presidência do BNDES porque faz questão de terminar seu trabalho na secretaria de desestatização e desinvestimento.

Não fiz nada Segundo quem falou com Mattar, ele nega ter feito qualquer pressão ou intriga pela saída de Levy, mas mantém sua avaliação de que, com a mudança, o banco ficará mais ágil e mais eficaz.

Agora vai A quem o questiona sobre o caso, o secretário diz que a presença de Montezano na chefia do banco vai acelerar o grande projeto de privatizações. No início do ano, Mattar anunciou que a intenção do governo é fechar o BNDESpar, braço de participações do banco, vendendo todas as suas fatias em empresas.

Aqui não Na época, a notícia desagradou funcionários do banco, para quem o fim da unidade de participações ameaça o fomento ao mercado de renda variável. É um prenúncio do clima que Montezano enfrentará quando encontrar seus colegas no trabalho novo.

Olho nos blogs O Conar, que regulamenta a publicidade no Brasil, criou um grupo de trabalho que vai debater o papel de influenciadores em anúncios digitais —como os “youtubers” que divulgam marcas, por exemplo. O grupo deve elaborar um guia de regras em redes sociais.

Filial A CNI (confederação  da indústria) assinou um acordo com o NDB (Banco Nacional de Desenvolvimento, dos Brics), para facilitar a instalação de um escritório da instituição no país. A confederação aceitou fornecer o espaço para o banco assim que a filial brasileira for autorizada.

Espera A cúpula dos Brics já aprovou em julho de 2018 a abertura de um escritório aqui, mas ainda é necessário aval do Congresso. A ausência de uma unidade do NDB é vista pelo setor privado como um obstáculo para obter financiamento. Nos últimos três anos, o Brasil só não tomou menos dinheiro do banco que a África do Sul.

Amigos, amigos... Vez ou outra alinhados na política e na economia, Jair Bolsonaro e o governador paulista João Doria assumem vias opostas quando o assunto é trânsito. Enquanto o presidente sonha em aumentar o limite de pontos na habilitação e passeou de moto pelo Guarujá com o capacete levantado, Doria lança uma campanha para reduzir acidentes de moto.

...trânsito à parte Em uma iniciativa que poderia ser uma indireta a Bolsonaro, Doria lança nesta terça (18) um vídeo que mostra motociclistas imprudentes em alta velocidade entre os carros. O próprio governador fez questão de dar pitacos na peça, que destaca a morte de 556 condutores de moto de janeiro a abril. A última cena mostra um paciente no hospital.

O presidente Jair Bolsonaro (esq.) e o governador de São Paulo, João Doria, em evento na capital paulista - Gilberto Marques/Governo do Estado de São Paulo

Redistribuição O governo federal deve publicar nos próximos dias uma portaria que remaneja o uso do FGTS para o Minha Casa, Minha Vida. A medida será necessária para destravar repasses que foram suspensos, principalmente para projetos no estado de São Paulo.

Demanda Empreendimentos paulistas consumiram mais recursos que o previsto no primeiro semestre. Desde pelo menos sexta passada (14), não há mais dinheiro para novos projetos e para o subsídio fornecido a pessoas físicas que compram os imóveis nas faixas 1,5, 2 e 3 do MCMV.

Prazo O Ministério do Desenvolvimento Regional afirma, em nota, que até sexta-feira (21) deve publicar o remanejamento. Também é aguardada para as próximas semanas uma portaria que detalhe como será aplicado o montante de R$ 1 bilhão aprovado pelo Congresso na semana passada para o programa.

Sem insônia Apesar do impasse, empresários podem ficar mais tranquilos hoje do que há um ano, segundo Ronaldo Cury, vice-presidente no Sinduscon-SP (sindicato da construção). “Hoje temos certeza que o MCMV vai continuar. O recado que temos passado ao setor é ‘vamos, mas com cautela’”, diz ele.

com Igor Utsumi e Paula Soprana 

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