Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Centrais sindicais repudiam estudos para mudança de leis trabalhistas
Entidades dizem que grupo criado pelo governo vai na contramão de países mais avançados
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As centrais sindicais divulgam nesta segunda-feira (6) uma carta de repúdio às propostas de reforma da legislação trabalhista apresentadas por um grupo de especialistas recrutados pelo governo Jair Bolsonaro, que propõem a liberação do trabalho aos domingos e outras mudanças.
"A intenção do governo, ao que parece, é aumentar o exército industrial de reserva, que é aumentar o desemprego, que no Brasil sempre foi grande, para daí normatizar a exploração e a precarização", afirma o documento. "É criar dificuldade para vender facilidade."
Entre as propostas apresentadas pelo grupo, estão também a criação de sindicatos por empresa, a legalização do locaute e a redução de poderes da Justiça do Trabalho para interferir nas relações entre capital e trabalho.
Para as centrais, as sugestões do grupo contrariam avanços recentes em países mais desenvolvidos, como Estados Unidos, Alemanha e China, e desequilibra as relações entre patrões e empregados, chancelando a "lei do mais forte".
As propostas foram elaboradas por especialistas chamados a participar do Gaet (Grupo de Altos Estudos do Trabalho), formado pelo Ministério do Trabalho e da Previdência. Representantes de trabalhadores foram alijados da discussão, segundo as centrais sindicais.
"Propor mudanças tão grandes na legislação trabalhista, sem nem ao menos ouvir e dialogar com os trabalhadores através de suas instituições demonstra mais uma vez que a mentalidade deste governo está na República Velha, quando a perversa lógica escravista, unilateral, ainda dava o tom das relações", diz a carta.
Assinam o documento CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CST (Central Sindical de Trabalhadores) e CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros).
com Ricardo Balthazar (interino), Andressa Motter e Ana Paula Branco
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