Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Floristas sugerem flor mais barata e deixam de trabalhar em Dia das Mães inflacionado
Debate no setor gerou movimento para buscar alternativas aos preços altos
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Com a disparada no custo das flores nos últimos dias, a onda de reclamações de floristas na internet resultou em um movimento em busca de sugestões para driblar o Dia das Mães inflacionado.
Floriculturas pressionadas pelos preços que chegam do produtor sugerem que os colegas reduzam a quantidade de flores e diminuam o tamanho dos arranjos para não espantar o consumidor.
Também estimulam a escolha de variedades mais baratas, como flores desidratadas e folhagens.
"Tem uma frente de floristas que optou por não trabalhar no Dia das Mães. Decidiram não fazer produtos nem vendas, porque eles entenderam que daqui a duas semanas, as flores devem baixar. Teve florista que sugeriu vouchers. O outro falou que a gente pode dar presente para as mães o ano inteiro, então pode esperar para presentear daqui a alguns dias. Foi um movimento de protesto", diz a florista Raquel Franzini.
Segundo ela, que administra um perfil de rede social que divulgou manifestações dos dois lados do debate, o aumento de algumas variedades ultrapassa 400%, e a situação é mais crítica nas regiões Norte e Nordeste, que ainda enfrentam o custo do frete.
Renato Opitz, diretor do Ibraflor, que representa os produtores, diz que o cenário é reflexo dos impactos da pandemia na produção e da retomada dos casamentos e festas, que elevaram a demanda.
"A gente acha importante que esses mesmos floristas que estão reclamando também procurem alternativas. Se não tem rosa vermelha agora, escolhe outra, porque semana que vem ou na outra vai ter rosa vermelha", diz.
Joana Cunha com Andressa Motter e Paulo Ricardo Martins
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