A disparada no preço das flores às vésperas do Dia das Mães provocou uma queda de braço entre floriculturas e produtores. O receio de que a melhor data de vendas no ano seja um fracasso virou um grande debate no setor nesta quinta-feira (5).
Quem cultiva e leiloa em Holambra (SP) afirma que se trata apenas de equilíbrio entre oferta e demanda, mas os varejistas defendem que é preciso negociar porque o desequilíbrio atual no mercado tem raízes na pandemia.
Renato Opitz, diretor do Ibraflor, que representa os produtores, diz que até a semana passada, a escassez de flores não era um assunto de grande preocupação no setor, mas maio trouxe uma retomada mais forte das festas e casamentos, elevando a tensão na demanda.
"Muitos floristas e decoradores se programaram e compraram antecipado. Mas teve alguns que deixaram para última hora", afirma.
A florista Raquel Franzini, que administra um perfil de rede social que divulgou manifestações dos dois lados do debate, diz que o aumento utrapassa 400% em algumas variedades.
"Se torna impraticável um florista conseguir margem de lucro com um valor de flor assim, e um decorador prometer algo para o cliente em uma festa que vai acontecer muito tempo depois", afirma Franzini.
Joana Cunha com Andressa Motter e Paulo Ricardo Martins
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.