Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
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A massa de ar polar esperada em grande parte do país nos próximos dias é recebida com cautela no setor do vestuário.
Ela chega em momento oportuno, em que as lojas começam a colocar a coleção de inverno nas vitrines, mas o equilíbrio para calcular a oferta está mais complexo diante da inflação e o aperto na renda do consumidor.
Viktor Ljubtschenko, diretor da rede de lojas de pijamas e roupas íntimas Any Any, diz que as peças de inverno devem custar entre 30% e 40% mais caras em relação ao ano passado. "Com a alta do dólar e dos contêineres do transporte marítimo, que impactaram a importação, subiu tudo", afirma.
Na rede de roupas femininas Gregory, Andrea Duca, diretora da marca, afirma que buscou tecelagens que tinham pronta entrega para compra à vista e fechou os pedidos de alto inverno mais cedo com os fornecedores neste ano para ter melhores negociações no preço de custo.
A marca também decidiu não trabalhar apenas com casacos 100% de lã, e usou novos tecidos de pelúcias para ter peças mais acessíveis.
"Tivemos que nos reinventar para oferecer às clientes peças com peso de inverno, mas com preços atrativos", diz.
A expectativa para o lançamento da nova coleção de alto inverno é de vendas, pelo menos, 15% acima de 2019, estima Duca.
Segundo alguns empresários, há um certo receio no setor de dificuldade de reposição por causa do lockdown na China, que já tem afetado algumas entregas. Se o inverno for prolongado e tiver demanda, pode haver problemas mais adiante.
Por ora, as lojas masculinas, que têm menos variação de modelo a cada coleção, devem aproveitar para vender estoques encalhados no ano passado, quando as vendas vieram abaixo do esperado.
Joana Cunha, com Andressa Motter e Paulo Ricardo Martins
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